Indústria despenca 16,9% em três anos. Felizmente, chegou o fundo do poço
A indústria encolheu 16,9% entre 2014 e 2016. Na comparação com o mês de dezembro de 2015, a produção industrial apresentou queda de 0,1%, pelo 34⁰ mês consecutivo.
O IBGE divulgou nesta semana o resultado da produção industrial de dezembro. O setor registrou queda de 6,6% em 2016. Esta é a terceira queda anual consecutiva. Em 2014 o setor havia apresentado queda de 3,0% e em 2015 de 8,2%.
A queda de 0,1% de dezembro foi a menor de todo o período. Em relação ao mês de novembro, houve alta de 2,3% em dezembro em relação a novembro. A maior alta na comparação mensal desde julho de 2013. E, por fim, foi o segundo mês de alta produção, que já havia subido 0,4% no mês passado. Ou seja, embora muito lentamente, o cenário parece estar mudando.
Os indicadores de confiança do setor mostraram altas expressivas em janeiro. Outros dois dados mostraram significativa melhora no mês de dezembro: fluxo de veículos pesados em estradas pedagiadas e produção de papel ondulado. Conhecidos como indicadores antecedentes. O primeiro dá uma ideia do fluxo de bens transportado nas estradas. Quanto mais bens, mais caminhões. E o segundo, reflete a quantidade de bens embalados na economia. Também, quanto maior a produção maior a quantidade de bens embalados.
De novembro para dezembro, a produção de papelão ondulado, caixa, acessórios e chapas, cresceu 1,3%. E o fluxo de veículos pesados em estradas pedagiadas subiu 4,8% também na comparação mensal entre dezembro e janeiro.
Com isso, a queda sustentada dos juros ao longo do ano e um ambiente de avanço das reformas econômicas deve levar o setor a crescer cerca de 1,5% no ano. Será o fim das quedas sucessivas. A taxa Selic está em 13,00% a.a. e deve fechar 2017 em 9,5%. A reforma da previdência e a PEC dos gastos são essenciais para viabilizar este avanço.
Dessa maneira, a recuperação da atividade econômica deve começar pelo setor industrial, e essas duas altas consecutivas indicam que o país começa a sair do buraco. Provavelmente a indústria deve voltar a crescer já neste primeiro trimestre.
Essa recuperação da indústria é importante na geração de empregos, que deve ocorrer com mais intensidade a partir do segundo semestre do ano. O país hoje tem 12,3 milhões de pessoas desempregadas. O fundo do poço chegou. Agora é saber voltar à superfície.
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