O que muda no seu bolso com o ataque à Síria?
O lançamento de 59 Tomahawks contra uma base aérea Síria pegou o mundo de surpresa. De imediato o preço do petróleo subiu, assim como o ouro, reflexo do comportamento dos investidores que buscavam ativos mais seguros. As bolsas passaram a operar no vermelho sugerindo cautela. Além dessas reações momentâneas, qual o impacto deste ataque no seu dia a dia?
Um dos impactos pode ser na taxa de juro que nada mais é do que o custo do dinheiro. O Banco Central vem reduzindo a taxa Selic que é a taxa básica de juros da economia. Em setembro de 2016, a Selic estava em 14,25%; transcorridos seis meses, houve uma redução de dois pontos percentuais, levando a taxa para 12,25%. A projeção é que a taxa continue caindo e chegue ao final de 2017 em 8,75%.
Mas esta queda depende de alguns fatores. Um deles é que o cenário externo não apresente grandes reviravoltas. Com um cenário externo incerto, o preço do petróleo pode ter uma alta inesperada e investidores evitando correr para o dólar, elevando seu preço nas moedas de países emergentes como o Brasil. Um aumento do preço do dólar em reais aliado à elevação do preço do petróleo tornaria os importados mais caros, aumentando o preço dos combustíveis no país e tornando o cenário de queda da inflação mais difícil.
No entanto, até agora é razoável supor que a crise da Síria ainda continua localizada. Por enquanto, não há porque esperar forte impacto negativo sobre as bolsas, tampouco sobre as moedas. Os eventos recentes não alteram a projeção de continuidade de redução da taxa de juros. Na reunião do Copom a ser realizada dia 12 de abril para definir a nova taxa de juros, a previsão ainda é de queda de 1 pp., levando a nova taxa para 11,25%. Menos mal para o consumidor que que já paga juros elevadíssimos.
Mas uma coisa é certa: o mundo está mais incerto. E, portanto, sujeito a crises frequentes que alteram os principais preços para as economias nacionais. Uma escalada da guerra da Síria que leve a uma fuga em direção ao dólar poderia obrigar uma nova elevação dos juros, abortando a frágil recuperação da economia brasileira. Neste cenário, persistiria o elevado desemprego que atualmente atinge 13,5 milhões de pessoas.
Na era da globalização, qualquer conflito mesmo que do outro lado do planeta pode afetar o poder de compra de seu salário, sua poupança financeira e até mesmo o seu emprego.
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