Nova política de preços de gás da Petrobrás é boa notícia para o consumidor
A Petrobras aprovou uma nova política de preços para a venda de gás de cozinha em botijões. A partir de agora, os preços no Brasil acompanharão os mercados internacionais. A nova fórmula deve levar a um aumento médio nas refinarias de 6,7% em junho. Pode não parecer, mas apesar do aumento no curto prazo, essa é uma boa notícia para o consumidor.
Entre 2007 e 2014, não houve reajustes nos preços do botijão e a empresa subsidiava eventuais aumentos de custos. Com a nova regra, se os preços internacionais caírem, o gás no Brasil também acompanha esse movimento. Se isso acontecer, naturalmente o consumidor ficará feliz. Mas se os preços lá fora sobem, aqui dentro também há uma alta.
A Venezuela é um bom exemplo de como subsídios fazem mal às empresas. A gasolina venezuelana é a mais barata do mundo. Aproximadamente US$ 0,01 por litro de acordo com os "Preços Globais de Gasolina". Durante 20 anos os preços ficaram congelados. Um consumidor poderia achar isso bom, mas não deveria.
Como o custo de produção da gasolina venezuelana é muito acima de US$ 0,01 por litro, o governo precisa subsidiar essa diferença. Estima-se que esse tipo de política tenha causado R$ 15 bilhões de prejuízo aos cofres públicos por ano. Como o dinheiro sai do bolso dos contribuintes, todos pagam esta conta, inclusive os mais pobres que sequer possuem carros. Além disso, com sucessivos prejuízos, a empresa não consegue investir em novas tecnologias, não conseguindo elevar a produção.
Voltando ao caso do gás de cozinha, um subsídio como vinha ocorrendo pressiona as margens da Petrobras e faz com que a empresa não consiga gerar caixa para investir. Este ano, a Petrobrás anunciou mais de R$ 10 bilhões em cortes de investimentos. Se esse fato acontece sucessivamente, a empresa perde competitividade, passa a produzir seus produtos com tecnologias cada vez mais ultrapassadas e não consegue reduzir o preço de produção no médio e longo prazo.
Além disso, a nova política de preços torna mais previsível as receitas da empresa. Para um credor isso é importante, pois torna as receitas mais estáveis à medida que a empresa não é utilizada por fins políticos, com uma política de preços arbitrária. Com isso, o acesso ao crédito torna-se mais barato.
A nova política de preços pode tornar os preços do botijão de gás mais barato, como aconteceu recentemente com o preço da gasolina. Mas também pode tornar mais caro. Tudo depende da flutuação externa. Mas, preços baixos de forma artificial não funcionam. Em política econômica, o barato sai caro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.