Por que você ainda não percebeu a queda da inflação no seu dia a dia
O índice de inflação oficial está caindo rapidamente. Há um ano atrás a inflação acumulada de 12 meses estava em 8,84% contra 3,6% atuais. Esta é uma boa notícia para a economia e o governo comemora a cada mês que a inflação cede. Mas pergunte a algum brasileiro se os preços estão baixos e a resposta será unânime: nâo! Os produtos ainda estão caros e a queda da inflação parece estar somente nas capas de jornais e não no dia a dia. Por que?
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado a inflação oficial do governo e mede a variação de preços de uma determinada cestas de bens. Itens consumidos por muitas pessoas têm mais pesos nesta cesta. Itens menos consumidos devem ser incluídos, porém, com pesos menores. Por exemplo, alimentação e bebidas, comum a todos os brasileiros, têm peso de 26%, enquanto artigos residenciais, apenas 4%.
Por representar grande parte dos gastos na renda das pessoas, os alimentos constituem um bom exemplo. O grupo alimentos cresceu apenas 2,3% nos últimos 12 meses, mais baixo ainda do que o índice oficial de inflação. Mas ao ir ao mercado, os brasileiros continuam sentido os alimentos muito caros.
Isso acontece porque a inflação mede a velocidade com que os preços estão crescendo (ou diminuindo no caso de uma deflação). E embora o ritmo recente de crescimento seja menor, eles já aumentaram significativamente nos últimos anos. Assim, o nível dos preços ainda é muito alto. Sendo mais preciso, em 2015 os alimentos cresceram 12% e em 2016 mais 8%, o que mostra o elevado crescimento nos últimos anos.
O exemplo do feijão carioca é ainda mais claro. Nos últimos 12 meses o feijão caiu 7,8%, mas em 2016 houve um aumento de 53,7%. Somente no mês de junho daquele ano a alta foi de 41%, exatamente quando o governo autorizou a importação de feijão para reduzir o preço deste alimento.
O brasileiro só sentirá mesmo uma redução nos preços quando tiver ganhos reais de salário, sem aumento nos preços dos produtos. Para isso, não basta ter a inflação controlada apenas por um ano, como está acontecendo; é preciso um longo período de tempo com preços estáveis. Aí vai dar para encher o carrinho no supermercado.
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