As ações da Petrobras voltaram a ser uma boa opção?
"O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada. E o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada". Esta frase foi dita por John D. Rockefeller, fundador da Standard Oil Company em 1870 e um dos homens mais ricos da história dos Estados Unidos.
Em 2007, no mandato do então Presidente Lula, tudo soprava a favor do Brasil. A Petrobras, maior empresa do país, acabava de anunciar a descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do planeta, na costa brasileira: o chamado pré-sal. O futuro era bastante promissor para a estatal.
No entanto, os anos seguintes marcaram o pior momento da empresa. A petrolífera, que já foi considerada um dos orgulhos nacionais, passou a ganhar as capas de jornais pelos casos de corrupção e seu valor de mercado despencou. Atolada em dívidas, com cargos chaves da empresa loteados politicamente, a empresa perdeu eficiência.
O controle artificial de preços dos combustíveis gerou prejuízos bilionários e a falta de critério objetivo para a escolha dos investimentos gerou compras injustificáveis e superfaturadas como a da da refinaria de Pasadena, nos EUA, por um montante muito superior ao valor de avaliação da empresa.
O jogo virou no Governo Temer. A chegada de Pedro Parente ao comando da estatal foi bem vista pelo mercado. Adotou-se um plano para venda de ativos (que poderão gerar US$ 34 bilhões de dólares para a empresa), além de práticas como a metodologia do orçamento base zero e o direito de preferência de participar ou não em leilões dos campos de petróleo, o que antes era obrigatório.
O passado, porém, ainda traz algumas sequelas. Atualmente a Petrobrás possui a maior dívida do setor no mundo (US$ 118 bilhões de dólares). No entanto, fica claro que a companhia tem respondido positivamente ao choque de gestão. Comparada a seus pares internacionais, como Exxon Mobil e Chevron, por exemplo, a petrolífera apresentou um crescimento consistente nos últimos 12 meses e acima destas empresas.
A dívida gigantesca está constituída em dólar, o que pode favorecer ou não a situação de caixa da empresa, dependendo do desempenho do preço do dólar e da recuperação da economia brasileira.
De qualquer modo, a Petrobrás voltou a a ser uma boa opção de investimento. Os resultados financeiros neste ano vieram acima do esperado pelos analistas (lucro líquido de R$ 4,4 bilhões no 1º trimestre/2017) e as ações voltaram a se valorizar na Bolsa de Valores (alta de 21% em 12 meses).
Espera-se que a companhia não sofra mais com intervenções externas e que possa voltar a ser motivo de orgulho com uma boa governança e transparência de processos e decisões. Neste caso, voltará a ser o melhor negócio do mundo: uma empresa de petróleo bem administrada.
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