Diminuição da taxa básica de juros começa a chegar ao bolso do consumidor
Ontem o Copom decidiu pela sétima redução consecutiva na taxa básica de juros da economia (Selic), de 10,25% para 9,25% ao ano. Tal medida começa, muito lentamente, a chegar no bolso do consumidor.
A Nota de Crédito do Banco Central divulgada hoje é reveladora. Os números mostraram alguns sinais de melhora. As taxas médias de juros para o crédito livre (recursos que não incluem crédito rural e habitacional, nem operações com o BNDES) estão em 46,1% ao ano (a.a.). 63,3% a.a. para as pessoas físicas e 24,8% a.a. para as jurídicas.
Mas por que tanta diferença entre a taxa Selic que serve de referência e a taxa que as pessoas pagam efetivamente quando tomam um empréstimo em um banco? Há várias razões: o risco de inadimplência, a ausência de melhor informação de crédito sobre as pessoas, os impostos sobre as operações financeiras, entre outros fatores.
Daí a importância de algumas iniciativas de reforma no mercado de crédito que vêm sendo implementadas pelo Banco Central. Destaque-se nesta direção as mudanças no cadastro positivo de crédito para torna-lo mais abrangente e útil para que o tomador de empréstimo tenha um histórico de crédito que o ajude a pagar juros menores.
Mas mesmo enquanto esta diferença entre a taxa Selic e as taxas pagas pelo tomador final continua elevada, o efeito da redução da Selic pode ser observado. O Banco Central começou o processo de redução da taxa Selic em novembro do ano passado. Naquela época, a Selic estava em 14,25%. Ao comparar a taxa de juros para pessoa física, as taxas de juros saíram de 74,5% para 63,3%. Já para pessoa jurídica, a taxa que era de 29,8% em novembro foi para 24,8%.
Taxas de juros mais baixas melhoram as perspectivas para uma recuperação econômica. Neste caso, aumenta a esperança dos quase 14 milhões de desempregados de obterem uma recolocação no mercado de trabalho. Em segundo lugar, a queda da taxa de juros diminui o custo de se obter um crédito e, portanto, incentiva os empréstimos por parte das pessoas. As concessões de crédito tiveram uma alta real (descontados a inflação) de 5,57% em junho comparado com o mês de maio.
A melhora nas taxas de crédito, contudo, não se deve somente à política monetária do governo. O ambiente mais favorável se deve também às mudanças nas regras do cartão de crédito recentes além da percepção de que o risco de inadimplência não deve mais subir. A inadimplência média recuou em junho, em 0,3 p.p., para 3,7%. Além disso, a taxa de desemprego começa a dar sinais de queda ou pelo menos de acomodação.
A recuperação continua modesta. Mas pelo menos o motor do crédito parece ter disso ligado.
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