Só o populismo e o fisiologismo podem abortar a recuperação
Os indicadores não deixam margem à dúvida de que a economia está em recuperação. Mesmo os mais céticos começaram a admitir o que os números teimam em informar há algum tempo: a economia está melhorando.
O índice de atividade econômica IBC-BR, considerado a prévia do PIB, apresentou alta de 0,50% em junho em relação a maio. No segundo trimestre a atividade econômica apresentou crescimento de 0,25%, em comparação com o primeiro trimestre deste ano. Este crescimento de junho engata uma segunda alta consecutiva, uma vez que o índice registrou crescimento de 1,22% no trimestre anterior.
Depois de 12 trimestres de queda em relação ao ano anterior, o varejo restrito – que não inclui vendas de veículos e materiais de construção – aumentou 2,9%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve uma elevação de 1,7%.
O setor de serviços apresentou alta de 1,3% em junho ante o mês de maio deste ano, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Quatro das cinco categorias registraram crescimento em junho: serviços prestados às famílias (+1,0%), transportes (+1,0%), serviços profissionais (+0,8%), outros serviços (+0,7%). Apenas serviços de informações registram queda em junho (-0,2%). Foi o primeiro crescimento do indicador na margem depois de nove trimestres consecutivos de retração. Essa melhora é associada à retomada do setor industrial e à recuperação da capacidade de consumo das famílias.
No segundo semestre, haverá resultados menos brilhantes para o PIB. Para o resultado do segundo trimestre, que será conhecido no dia 1 de setembro, a agropecuária deve devolver parte da forte alta registrada no primeiro trimestre. Por outro lado, deve mostrar que a indústria e o setor de serviços registraram expansão no período, reforçando a percepção que a recuperação da economia está ocorrendo de forma abrangente na economia.
O mérito não é apenas da política econômica. O cenário internacional, apesar de todas as incertezas, abriu uma janela de oportunidade para os emergentes. O apetite a risco está razoável entre os investidores internacionais. Não é por temperamento, mas por falta de opção de melhores investimentos no planeta.
O Brasil tem assim uma chance para recuperar a economia. Mas isso só será possível se o mercado perceber que a rota de ajuste tem um mínimo de credibilidade. Absurdos como o fundo de financiamento de campanha ou a resistência corporativista a eliminar os privilégios na Previdência e acabar com os supersalários não fazem parte deste caminho. Só o populismo e o fisiologismo podem deter a marcha da recuperação.
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