Lula 2018 ainda assusta menos do que Lula 2002
A bolsa de valores vem batendo recordes nas últimas semanas em um ambiente de recuperação e crescente otimismo. Porém, a cada pesquisa eleitoral que Lula se mostra um candidato competitivo, o índice Bovespa oscila e aumentam as incertezas. Mas o risco Lula tem tido impacto menor sobre o mercado financeiro do que em 2002.
Lula 2018 não ameaça a recuperação econômica, ao menos no curto prazo. Ao contrário do que previam vários analistas, a economia está aquecendo. O Índice de Difusão da Atividade Econômica elaborado pela GO Associados que mede 35 séries econômicas mostra isso de maneira clara. Em julho, 27 variáveis apresentaram alta. Esta tendência deve persistir ao longo de 2017 e 2018.
No curto prazo a economia está blindada. Lula 2018 encontra uma economia mais resistente a choque externos relativamente àquela de 2002. Ao contrário de 2002, as contas externas estão em boa situação. Com reservas de US$ 381 bilhões, saldo comercial projetado para 2017 de US$ 66 bilhões, investimento estrangeiro direto de US$ 75 bilhões e déficit em transações correntes inferior a 1% do PIB, o preço do dólar continuará estável. Não haverá explosão do dólar como em 2002, evitando o aumento da inflação.
A dúvida reside no médio prazo. O receio é que, ao contrário do Lula 2002, o Lula 2018 não deve escrever uma nova carta aos brasileiros (redigida à época por Palocci). Lula 2018 é anti-Temer e anti-reforma. Se for bem-sucedido nas urnas, não poderá simplesmente fazer um estelionato eleitoral, como fez Dilma em 2014. Mas, a implementação de tal plataforma comprometeria o crescimento no médio prazo, transformando a promissora recuperação de 2017/18 em mais um voo da galinha.
O mercado nos próximos meses será influenciado pelo curto prazo que ainda está bastante favorável. A combinação de recuperação da produção, queda dos juros e inflação baixa é muito favorável ao mercado de ações. A tendência de alta na Bolsa deverá persistir até pelo menos o primeiro trimestre de 2018.
Mas e o longo prazo? Na atual conjuntura, ainda é difícil prever. Vale, neste caso, a lembrança do famoso economista John Maynard Keynes de que no longo prazo estaremos todos mortos…
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