Economia engasga em agosto, mas segue em recuperação
Os dados econômicos referentes a agosto decepcionaram. Na comparação com o mês de julho, o setor de serviços teve queda de 1%, a produção industrial caiu 0,8% e o varejo restrito recuou 0,5%. O que aconteceu? A economia apenas engasgou, mas a recuperação continua.
Depois de uma queda livre da atividade econômica no biênio 2015/16, com recuos de 3,8% e 3,6%, respectivamente, é normal esperar alguns tropeços na retomada. Ninguém leva um tombo desse, levanta rapidamente e sai correndo. Ainda mais com tanta incerteza na política. O mês de agosto ruim apenas reforça a ideia que a recuperação continuará em ritmo lento.
O mercado já esperava uma leve queda no setor de serviços, de 0,4% no mês de agosto. Mas o resultado decepcionou e foi o pior para o mês desde o início da série, em 2012. Mas não foi de todo o mal. Apesar da queda do indicador geral no mês, quatro das cinco categorias registraram crescimento: serviços de informação (+0,3%), serviços profissionais (+1,6%), transportes (+0,7%), e outros serviços (+1,0%). A única categoria que caiu foi de serviços prestados às famílias, que recuou 4,8%. Mas não preocupa.
A queda para esta categoria aparenta ter sido pontual, principalmente porque os últimos quatro meses vieram com resultados positivos. A própria alta atípica em julho pode ter contribuído para uma maior base de comparação para agosto. Análise semelhante serve para os dados negativos para a indústria e varejo.
Embora lenta, a recuperação está cada vez mais disseminada na economia. O Índice de Difusão da Atividade Econômica da GO Associados mostra que de um total de 35 séries econômicas analisadas, 29 fecharam o mês de agosto com resultados positivos para a média dos últimos três meses. Ou seja, a retomada está disseminada em 82,9% da economia, o melhor resultado desde maio de 2010, quando ficou em 91,7%.
O indicador capta diferentes dimensões da atividade: indicadores oficiais, indicadores setoriais, dados do mercado de crédito, mercado de trabalho, setor externo e indicadores financeiros. No auge da crise, em agosto e setembro de 2015, o indicador apontava apenas 5,7%. Encerrou dezembro de 2016 em 40% e estava em 80% em julho deste ano.
Para setembro, foram divulgadas poucas variáveis até agora o que deve mudar seu valor, mas por ora o indicador segue em alta, e atinge 85,7%. Assim, os números negativos de agosto não alteram a expectativa de recuperação da atividade econômica, que podem ser interpretados mais como uma acomodação, do que uma reversão de sua tendência.
A expectativa continua sendo de que 2017 será um ano de inflexão, com alta no PIB de 0,7%. Contrariando os profetas do apocalipse, em 2018 a economia deve crescer um pouco mais de 3%.
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