Crescimento de 2018 será maior do que o mercado espera
Apesar das incertezas na política com relação aos candidatos à presidência e suas propostas de governo, a economia vai crescer no ano que vem. Hoje a projeção do mercado está em alta de 2,58% do PIB em 2018. Mas as condições são propícias para um crescimento até maior, acima de 3%.
Apesar do cenário incerto na política, há motivos para ser otimista com a economia. Ao menos no ano que vem. De acordo com o relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central (BC), a expectativa do mercado para a alta do PIB em 2018 passou de 2,51% na última semana para 2,58%. A projeção da GO Associados é mais otimista, de 3,2%.
Primeiro, a inflação deve permanecer bem-comportada. A expectativa é que termine 2017 em torno de 3,1% e salte para 4% no ano que vem, ainda abaixo da meta de 4,5%. Segundo a Conab, a safra agrícola ano que vem terá queda de cerca de 5,6% em relação a desse ano. No entanto, o balanço entre oferta e demanda dos principais produtos continua confortável. Não haverá deflação no preço dos alimentos como em 2017, mas nada que constitua uma bomba inflacionária.
Segundo, a taxa de juros Selic deve ficar em torno de 7% ao ano em 2018. Na próxima semana, o Copom deve reduzir a taxa de 7,5% em 0,5 ponto percentual, levando-a ao seu menor nível. Com a inflação bem-comportada, a expectativa é que os juros permaneçam assim no ano que vem. Os juros "baixos", para padrões brasileiros, tendem a estimular os investimentos e o consumo.
Terceiro, em contraste com as eleições de 2002, quando o risco Lula assustou o mercado, o preço do dólar não deve oscilar tanto dada a situação confortável das contas externas.
Por fim, a recuperação mostra-se disseminada na economia. O Índice de Difusão da GO Associados, que acompanha 35 séries econômicas de diferentes segmentos, indica que 85,7% do total vêm melhorando. A indústria e o varejo têm trazido números melhores e o mercado de trabalho dá sinais de vida.
Na próxima sexta-feira (1), será divulgado o PIB do terceiro trimestre. A expectativa é que a economia tenha crescido pelo terceiro trimestre consecutivo, em 0,2% ante o trimestre anterior. Do lado da demanda, a principal novidade será o crescimento dos investimentos, que devem ter voltado a crescer, depois de 14 quedas em 15 trimestres. Do lado da oferta, indústria e serviços lideram a recuperação.
Com os dados positivos de sexta-feira, espera-se que o mercado atualize suas projeções para o ano que vem. Para um crescimento sustentado no médio e longo prazo, há muito o que ser feito. Mas para 2018, apesar da bagunça na política, há espaço para um otimismo moderado.
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