Inflação em 2018 terá viés de alta, mas não preocupa
A inflação em novembro teve alta de apenas 0,28% contra o mês anterior, abaixo das expectativas do mercado. O preço dos alimentos teve sua sétima queda consecutiva e contribuirá para o índice em 12 meses terminar o ano abaixo do piso da meta do Banco Central, de 3%. No ano que vem, a expectativa é de que os preços voltem a subir um pouco, mas nada explosivo.
O mercado esperava uma elevação na inflação de 0,35% para novembro. Não contava, no entanto, com uma queda tão acentuada dos preços dos alimentos e bebidas. O grupo teve deflação pelo sétimo mês consecutivo, dessa vez de -0,38%. Nos últimos doze meses, a variação acumulada é de -2,32% e, no ano, de -2,42%, a menor desde a implementação do Plano Real em 1994. Bom para as famílias, dado que o este item responde por 25% das despesas.
Por outro lado, o que puxou a alta dos preços foi o grupo Habitação, com alta de 1,27% e impacto no índice geral de 0,20 ponto percentual. Pesou a energia elétrica, que subiu em média 4,21% e o preço do gás de botijão, que subiu 1,57%, influenciado pelo reajuste nas refinarias. A alta de 1,32% na taxa de água e esgoto também contribuiu, especialmente por conta dos reajustes na cidade de São Paulo.
As viagens para a praia de final de ano também ficaram mais salgadas. O mês de novembro fechou com alta média de 2,92% nos preços da gasolina e 4,14% no etanol. Melhor para quem planeja viajar de avião, dado que o preço das passagens aéreas recuou 10,03%. O grupo Transportes foi o segundo maior responsável pela leve alta, contribuindo com 0,09 ponto percentual no resultado do mês.
O resultado é positivo, dado que não só alivia o bolso dos consumidores, como abre espaço para um novo corte de 0,25 ponto percentual da taxa de juros Selic pelo Banco Central. O comunicado do Copom após a reunião nesta semana já apontou a possibilidade e agora aumentaram as chances. A inflação deve fechar o ano um pouco abaixo do piso da meta, em 2,85%.
2018, contudo, será diferente. A inflação possui viés de alta, dado que a safra agrícola não será tão farta como neste ano. Com uma safra menor, menor a oferta de alimentos e maior tendem a ser os preços. Novas estimativas serão divulgadas na semana que vem, o que será importante para calibrar as expectativas, mas, por ora, a projeção é de uma inflação em cerca de 4% no ano que vem.
A alta dos preços no ano que vem não preocupa. Os riscos de alta continuam nos chamados preços administrados, como o de tarifas de energia, combustíveis ou ônibus urbanos. Mas mesmo assim, a inflação deve continuar bem comportada e ficar abaixo do centro da meta do BC, de 4,5%.
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