Teimoso, 2017 desmentiu os pessimistas
A maioria dos analistas erraram feio os números de 2017. No final de 2016, havia gente que falava em mais um ano de recessão. O que se viu foi um ano de inflexão, com a queda da inflação e dos juros, uma melhora no desemprego e aprovação de reformas importantes para o país. Depois de cair cerca de 7% no biênio 2015/16, a economia deve fechar o ano com alta de 1%.
Nessa época do ano é divertido reler as previsões que eram feitas no final do ano passado sobre 2017. O último relatório Focus deste ano do Banco Central finalmente corrigiu as projeções para o PIB de 2017. Agora o mercado espera alta de 0,98%, contra 0,5% no final do ano passado. Há um mês, a expectativa ainda era de 0,73%. A GO Associados apontava para alta de pelo menos 0,8% em dezembro de 2016.
O mesmo ocorreu com o desemprego, principal efeito da crise de 2015/16. No final do ano passado havia previsões para a taxa de desemprego em 16% na virada do primeiro para o segundo trimestre. O pico ocorreu no mês de março, mas em patamar bem mais baixo, em 13,75%. A GO Associados previa uma taxa de 13% para a média do ano, já considerando a resposta defasada do mercado de trabalho à melhora da economia. 2017 deve fechar com uma média de 12,7%.
A inflação e os juros surpreenderam a todos. Com a safra agrícola recorde neste ano, os preços dos alimentos caíram fortemente e puxaram a inflação para o menor patamar da história. Demorou para o mercado acreditar, mas o IPCA deve fechar o ano em torno de 2,8%. As previsões no final do ano passado rondavam a casa de 4,8%. Será a primeira vez que o índice termina abaixo do piso da meta do Banco Central, de 3%, exigindo que a autoridade explique através de carta pública ao governo o porquê de não ter cumprido seu objetivo. Melhor assim.
Com a derrocada dos preços dos alimentos, abriu-se mais espaço para a queda dos juros. E foi isso que aconteceu. A Selic caiu pela metade e saiu de 14% em outubro de 2016 para 7% ao ano no final deste ano. Provavelmente ainda sofrerá nova queda para 6,75% ao ano na próxima reunião do Copom, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2018. Com isso as previsões erraram feio, já que rondavam acima de 10% no final de 2016.
O desafio agora é transformar a recuperação em crescimento sustentando. E para isso ainda há um longo caminho a se percorrer. O aumento do investimento em infraestrutura ainda não está assegurado e o adiamento da reforma da Previdência só piora o rombo fiscal.
Uma coisa é certa: será ainda mais divertido comparar os cenários para 2018 com os números efetivos que o próximo ano nos reserva.
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