A janela externa para a economia brasileira está fechando
Apesar do cenário positivo para a economia em 2018, há muita incerteza em relação ao médio prazo.
A reunião do Copom que acontece entre hoje e amanhã não deve trazer maiores surpresas. Novo corte de 0,25 p.p., levando a Selic para 6,75% ao ano, menor patamar da história. A expectativa é pelo comunicado, que pode condicionar novos cortes de juros à aprovação da reforma da Previdência. Com uma economia com baixa inflação e elevada ociosidade, manter os juros baixos por algum período não é tão difícil; o desafio é manter um menor custo do dinheiro por um longo período. Isso exige um ajuste mais profundo, especialmente das contas públicas.
A queda de juros é um dos fatores que tem ajudado a aquecer a economia, e beneficiará diversos setores que ainda possuem capacidade ociosa, como a siderurgia, segmentos de autopeças, construção civil e a indústria em geral. Os resultados operacionais das empresas podem melhorar sem a necessidade de muitos investimentos. A melhora na renda e consumo das famílias também deve ajudar segmentos de varejo e serviços. No curto prazo, portanto, a expectativa é positiva.
Porém, há incertezas para o médio prazo. No lado externo, a dúvida em relação à velocidade da elevação dos juros nos EUA tem causado correção nas bolsas mundo afora. No lado interno, a dificuldade em aprovar a reforma da Previdência gera apreensão sobre o médio prazo.
Até agora, o ambiente externo tem ajudado a recuperação. O mundo está crescendo, consumindo mais nossos produtos e o dinheiro no mundo está barato, o que estimula as bolsas mundiais e a brasileira. Entretanto, a queda recente é um alerta. Depois de um longo período em alta, desde 2008, a correção das bolsas dos EUA era questão de tempo.
A janela externa está fechando. O Brasil avançou no ajuste, mas ainda falta muito, especialmente em relação à reforma da Previdência. A resistência corporativista e o oportunismo populista às reformas tem impedido que o país dê um salto. Em um cenário externo adverso o ajuste terá de ser muito mais drástico com um custo social gigantesco.
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