Todo mundo perde sem a reforma da previdência
A reforma da Previdência é condição necessária para o ajuste das contas do governo. A situação das contas públicas é trágica. A tendência é que piore ainda mais, se nada for feito. Enquanto o Tesouro e o Banco Central acumularam superávit de R$ 33,3 bilhões em 2017, a Previdência tem déficit de R$ 142,1 bilhões, uma alta real de 6,8% no período. Junto com os gastos com pessoal, as despesas previdenciárias são as que mais pressionam o déficit público.
A previsão para o rombo fiscal da Previdência Social neste ano é de déficit de mais de R$ 185 bilhões. A expectativa é que continue crescendo dado que a população brasileira está envelhecendo.
O Brasil, com uma população ainda jovem relativamente a países maduros, gasta o mesmo em previdência do que a Bélgica com população idosa muito maior. A reforma da Previdência é inadiável sob pena de perpetuar privilégios, comprimir o gasto social e inviabilizar o sistema de aposentadorias.
As despesas previdenciárias respondem por mais da metade das despesas obrigatórias (Previdência, Saúde, Educação, entre outras), que por sua vez representam 104% das receitas líquidas do governo central. Isto é, mesmo que o governo zere as despesas não obrigatórias, o resultado ainda seria negativo. E a Previdência é a maior responsável por isso.
Uma reforma da Previdência, mesmo que limitada, terá impacto positivo. De acordo com as estimativas do governo, a expectativa é de uma redução dos gastos previdenciários em cerca de R$ 350 bilhões em um prazo de dez anos. Isso significa metade da economia prevista na proposta original.
Sem reforma na Previdência não há saída. Se nada for feito, os gastos com outras áreas, até mesmo com programas sociais, serão esmagados. Sem dinheiro e com o endividamento subindo, não sobrará nem mesmo Previdência para futuras gerações. Com condições cada vez piores para o crédito soberano, os financiamentos externos para empresas brasileiras automaticamente ficam mais caros. Todo mundo sai perdendo.
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