Adiamento da previdência vai doer no bolso do brasileiro. Agora e no futuro
Embora não pareça, o adiamento da reforma da previdência dói no bolso da maioria dos brasileiros desde agora. Em breve, com um aumento dos juros; e, no futuro, se nada for feito, com um corte mais drástico de despesas.
A retirada de pauta da reforma da previdência é ruim para a classificação de risco do Brasil e vai pesar sobre a nota do país. A frustração com a reforma limitará a capacidade de cumprir a regra do teto de gasto. Não há milagre: ou as despesas são cortadas ou os impostos aumentam ou o endividamento explode. Ou ainda, uma combinação das três coisas, acompanhada por uma piora da economia.
Por enquanto, os números de curto prazo estão bons e devem continuar assim até o final do ano. As próximas eleições serão importantes para definir o caminho que o país quer trilhar.
Depois do rebaixamento na classificação de risco pela Standard&Poor's, o Brasil está na mira das outras duas agências mais conhecidas, Moddy's e Fitch.
Mas o que isso significa? Com o corte na nota de crédito do Brasil anunciado pela Standard&Poor's em janeiro, o Brasil ficou mais longe do selo de país bom pagador de sua dívida. O triplo A, por exemplo, é a nota da Alemanha. Alguns fundos de investimento só colocam dinheiro em países com boa reputação e capacidade de pagamento.
O Brasil é considerado grau especulativo, que reflete uma economia problemática e menos confiável. Os investidores pensam duas vezes antes de colocar o dinheiro em países nesta situação. Se mudam os ventos lá fora, na direção de uma nova crise e juros internacionais elevados, há um risco sério de nova crise como tantas que o Brasil já enfrentou no passado.
Assim, o país fica sujeito ao humor dos investidores estrangeiros, que devem destinar seus recursos para regiões mais seguras. A Grécia é o exemplo histórico mais recente de uma economia que passou a depender da boa-vontade dos credores externos para sobreviver.
Nesse contexto, a taxa de juros fica mais alta e o dólar tende a ficar mais caro. Isso restringe a possibilidade de continuar crescendo a partir de 2019. E consequentemente, de gerar os postos de trabalho necessários para diminuir o desemprego.
No longo prazo, se não for encontrada uma solução para o déficit da previdência, o Estado quebra. O Rio de Janeiro é o exemplo mais claro a esse respeito. A resistência corporativista dói no bolso de todos. Mas os principais ameaçados com o adiamento da reforma da previdência são os aposentados de agora e do futuro, cujos proventos dependerão de um Estado falido.
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