Até quando o brasileiro poderá gastar mais no exterior?
O otimismo em relação a economia brasileira continua a todo vapor. A Pesquisa Focus divulgada hoje pelo Banco Central é sintomática: expectativas de mais crescimento e menos inflação em 2018.
A previsão para o IPCA de 2018 recuou de 3,81% para 3,73%. Foi a quarta queda seguida do indicador. A expectativa dos analistas continua abaixo da meta central de 4,5% para a inflação.
Para a expansão do PIB de 2018, os economistas dos bancos elevaram sua estimativa de crescimento de 2,80% para 2,89%. Foi a segunda alta seguida deste indicador. Para o ano que vem, a expectativa do mercado para expansão da economia continuou em 3%.
Percebe-se um otimismo em relação aos números de consumo, emprego e indústria. A projeção para a produção industrial de 2018 passou de avanço de 3,51% para alta de 3,76%. Há um mês, estava em 3,18%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 3,20% para 3,35%, ante 3% quatro semanas antes. No início de fevereiro, o IBGE informou que a produção industrial subiu 2,8% em dezembro ante novembro, encerrando 2017 com alta acumulada de 2,5%.
O gasto brasileiro no exterior também cresceu. O resultado, mais alto para janeiro desde 2015, ocorreu graças a maior estabilidade da moeda estrangeira, o que torna mais previsível o custo das viagens ao exterior, por exemplo. Gasto de estrangeiros no Brasil cresceu 17,8% no mês passado.
Uma sondagem do Banco Central também mostra manutenção nas projeções para a taxa básica de juros (a chamada Selic) no fim deste ano e do próximo em 6,75% e 8%, respectivamente. Com isso, as apostas para a decisão do Copom de março permanecem em manutenção da taxa nos atuais 6,75%.
Outro número positivo foi a arrecadação de impostos e contribuições federais, que subiu 10,1% na comparação com janeiro do ano passado, já descontado o efeito da inflação. Apesar de ninguém gostar de pagar mais impostos, é um sintoma da melhora da atividade, e dos efeitos positivos para os cofres públicos.
Estes números mostram que apesar da derrota da equipe econômica em relação às reformas e do rebaixamento da nota de crédito brasileiro pelas agências internacionais, a economia continua recuperando e as expectativas se mantêm relativamente otimistas.
Mas até quando? Até os ventos externos mudarem e levarem a uma fuga de capitais de países com risco elevado, como o Brasil. Ou se uma candidatura presidencial declaradamente anti-reforma se tornar viável. Enquanto nenhum dos dois eventos ocorre, os números da economia vão bem.
O mais sábio neste momento seria aproveitar a janela de oportunidade e tirar o Brasil do grupo de países de risco elevado e voltar ao grau de investimento. Uma economia ajustada é o melhor seguro contra as turbulências da economia internacional.
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