Para evitar a armadilha do risco político
Muita gente está desapontada com a falta de vigor da recuperação da economia. O dado divulgado ontem pelo Banco Central sugere uma alta tímida do PIB no primeiro trimestre do ano, muito provavelmente abaixo de 0,5% ante o quarto trimestre do ano anterior.
O IBC-BR, considerado a prévia mensal do PIB e calculado pelo Banco Central, apresentou alta de apenas 0,09% em relação a janeiro.
Na comparação com fevereiro do ano passado, a economia brasileira registrou crescimento de 0,66%. O resultado modesto refletiu a expansão de 0,2% do setor industrial e de 0,1% dos serviços, enquanto o varejo registrou queda, tanto no conceito ampliado – com veículos e materiais de construção (-0,1%), quanto no restrito (-0,2%) que exclui estes itens.
Tais dados não alteram a tendência de recuperação da economia, fruto de uma série de fatores, como a queda da taxa básica de juros, a Selic, a expansão das exportações e a ocupação da capacidade ociosa. Entretanto, põe um viés de baixa nas projeções mais otimistas para a atividade no ano.
Em meio a este cenário, o boletim Focus, também divulgado ontem pelo Banco Central, mostrou que o mercado reduziu pela terceira semana seguida a projeção para o PIB deste ano, de uma alta de 2,80% para 2,76%.
Por sua vez, a reação do mercado à pesquisa Datafolha não foi boa. Segue a apreensão com a falta de candidatos competitivos que defendam a continuidade das reformas econômicas.
Por exemplo, no cenário, sem Lula, com o presidente Temer e Fernando Haddad (PT) só 14% das intenções de voto vão para os candidatos reformistas.
Essa indefinição e incerteza sobre o quadro eleitoral adia decisões de consumo e principalmente de investimento por parte das empresas. E sem inversões produtivas, a retomada não decola.
Teme-se, assim, que a incerteza política-eleitoral afete negativamente as decisões de consumo e investimento, tornando mais lenta a recuperação da economia. Isso, por sua vez, enfraquece ainda mais os candidatos reformistas, aumentando o risco político, e assim por diante, em um círculo vicioso que pode constituir uma armadilha
A melhor forma de escapar dessa armadilha de estagnação e instabilidade política é garantir uma boa qualidade do debate eleitoral para deixar claro à sociedade quais as escolhas a serem feitas. E mãos à obra naquilo que dá para fazer ainda em 2018.
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