Japão-União Europeia fecharam acordo: O que Trump e você têm a ver com isso
A ordem econômica internacional criada logo depois da Segunda Guerra Mundial já morreu há algum tempo e não foi Donald Trump que a assassinou. Vários governos dos EUA já haviam abandonado as regras do chamado comércio multilateral, isto é, sem discriminações no tratamento dos parceiros.
Mas a extravagância de Donald Trump torna isso mais claro e abre o caminho para os blocos comerciais em substituição a uma entidade com regras globais e multilaterais como a OMC.
A União Europeia (UE) e o Japão não perderam tempo. Assinaram um acordo comercial que deve eliminar quase todas as tarifas aduaneiras que custam mais de US$ 1 bilhão por ano. Autoridades de ambos os lados disseram que o pacto de livre-comércio faz frente ao protecionismo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O acordo é o maior pacto econômico negociado pela União Europeia e criará bloco comercial com mais de 600 milhões de pessoas, 40% do comércio global e 30% de tudo que se produz no planeta.
O Acordo de Associação Econômica vai liberar 91% das importações da UE para o Japão e até 99% quando for aplicada em sua totalidade. O volume total de comércio de bens e serviços entre o bloco europeu e o Japão é da ordem de US$ 100 bilhões de dólares, gerando 600 mil empregos.
Este acordo interessa ao Brasil porque surgirão oportunidades pontuais com o novo bloco que o Brasil pode aproveitar. O governo que assume em 2019 deveria tentar um acordo do Mercosul com o novo bloco.
A atual guerra comercial de Trump contra o resto do mundo reflete uma das principais contradições da da economia internacional no século XXI. As economias estão cada vez mais globalizadas, mas não há espaços para decisão supranacional. Pelo contrário, a economia política do populismo prega o ultra- nacionalismo na contramão da globalização.
Para o leitor preocupado com os rumos da economia brasileira interessa saber o resultado final para o Brasil. Infelizmente, a guerra comercial dos grandes diminui o volume de comércio, pressiona a inflação e consequentemente os juros nos EUA. Isso restringe a margem de manobra para a recuperação da economia brasileira e consequentemente do emprego.
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