É preciso acabar com o dinheiro. Especialmente nas malas e cuecas
Quem ainda usa dinheiro vivo? No mundo e no Brasil, o pagamento em dinheiro está perdendo espaço para outras formas de pagamento, como cartões de crédito e débito e novas formas de transação online.
Isso é uma realidade nos países escandinavos e outras nações desenvolvidas. Deverá ser o futuro no Brasil.
Na Suécia, 99% dos adultos fizeram transações sem usar dinheiro em 2017. Estima-se que a Suécia venha a ser o primeiro país a suprimir o dinheiro sob a forma de papel moeda.
No Reino Unido, Canadá e Austrália, 97% dos adultos fizeram transações sem utilizar dinheiro em 2017. Até em países com menor índice de desenvolvimento, como o Quênia, esse número é de 70%.
Quando se analisa a forma que o brasileiro faz seus pagamentos o dinheiro vivo, aquele que anda na carteira sempre, ainda é dominante. Mas, segundo pesquisa do Banco Central, esse fato está mudando.
A preferência de dinheiro usado nas transações caiu de 57% em 2013 para 52% em 2018, enquanto a opção de cartões de crédito e débito, subiu de 35% para 46%, respectivamente.
O potencial de crescimento dos pagamentos eletrônicos no Brasil é enorme. Mas há alguns obstáculos no caminho para o futuro.
O primeiro é representado pela economia subterrânea. A sonegação de impostos e a corrupção dependem do dinheiro vivo, frequentemente achado em malas e cuecas.
O segundo é o maior acesso da população aos serviços online. Os celulares constituem a ferramenta básica. Contudo, falta qualidade do sinal e investimentos em banda larga, algo que poderia ser feito se o Congresso não fosse tão preguiçoso para aprovar projetos que poderiam promover salto em investimentos em telecomunicações. Em vez disso, as teles são obrigadas a manter o maior (e único) parque de orelhões do planeta.
Terceiro, é preciso estimular a entrada e desenvolvimento das fintechs de forma a aumentar as alternativas para os consumidores em termos de meios de pagamento eletrônicos. Há uma agenda positiva neste sentido por parte do Banco Central.
Os meios eletrônicos podem ser mais seguros e baratos. É fundamental, no entanto, assegurar o acesso da maioria da população que ainda vive à margem do mundo virtual. Além da praticidade, a sociedade ganharia com o combate ao crime e à corrupção.
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