Eliminação de rombo fiscal exige redução de subsídios
Os pré-candidatos à Presidência da República fazem muitas promessas, mas precisam se conscientizar que o próximo mandato terá de ser dedicado ao ajuste fiscal de forma prioritária.
O déficit primário, isto é, sem contar os juros, chega a cerca de 2% do PIB. Só será eliminado em 2022, último ano da próxima administração e quando ocorre a Copa do Mundo do Catar. Por sua vez, a dívida como proporção do PIB só vai estabilizar em 2024. Ignorar o problema equivale a levar o país a uma explosão do endividamento e condená-lo a nova recessão.
Não há solução fácil. Um caminho óbvio para uma família que está no vermelho é cortar despesas supérfluas. No caso brasileiro, há muitos gastos a serem eliminados. O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que avalia 20 programas de subsídios do governo federal, é um exercício útil neste sentido. O trabalho, divulgado na "Folha" neste último domingo faz uma análise de custo benefício de cada um dos programas e aponta quatro deles cujos resultados são nulos.
Os casos mais graves são da desoneração da folha de pagamento, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o Profrota Pesqueira e o Prouca (Programa um Computador por aluno), somando um custo de R$ 173 bilhões.
O exercício realizado pelo IPEA deveria ser uma regra. Cada real aplicado precisa gerar um benefício que justifique a escolha da aplicação, seja em saúde, educação, segurança ou qualquer outra área de política pública. Isso requer rigor e técnica na medição dos custos e benefícios e equipes técnicas (não político partidários), algo distante da máquina pública brasileira em todas as esferas (federal, estadual e municipal).
O rombo fiscal no Brasil parece com o problema das perdas de água, que são igualmente vexatórias. É preciso fechar as torneiras e tampar os ralos, fazendo desaparecer o dinheiro suado que a população brasileira gera todos os anos.
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