Consumidores do Piauí ganham com privatização da CEPISA
A discussão sobre privatização no Brasil está viciada pelo excesso de ideologia e religião. Em vez de discutir se a empresa privada é melhor, igual ou pior que a empresa pública, seria mais útil analisar cada caso e verificar as vantagens e desvantagens de privatizar.
Tome-se o caso da distribuidora de energia do Piauí, que até agora era uma subsidiária da Eletrobras. Converse com um piauiense e pergunte sobre a qualidade do serviço da CEPISA. Segundo dados da Aneel, ao longo de 2017, os clientes da CEPISA amargaram, em média, 15 interrupções de serviço (mais de uma parada por mês) e ficaram 22 horas sem energia.
Em contraste, os clientes da CEMAR, no Maranhão, ficaram 13 horas sem energia e tiveram sete desligamentos no mesmo ano. A CEMAR, assim como a CELPA, no Pará, são geridas pela Equatorial, que acaba de adquirir o controle da empresa piauiense. Espera-se que haja uma melhora na qualidade dos serviços prestados pela CEPISA sob nova direção.
Tão ou mais importante, é a questão do valor da conta de luz, que dói no bolso dos consumidores todos os meses (aí sim, sem interrupção). Como parte da aquisição da CEPISA pela Equatorial, a nova controladora abriu mão do aumento nas tarifas de luz, de cerca de 8,5%, que estava previsto e já aprovado pela Aneel.
Por último, mas não menos importante, tem o bolso do contribuinte. A CEPISA tem uma dívida de R$ 2,4 bilhões e registrou um rombo de quase R$ 500 milhões em 2017. Buracos dessa natureza acabam sendo repassados para o Tesouro. A palavra Tesouro é muito abstrata, mas tem um significado muito concreto: somos nós contribuintes.
Pelas razões acima, e não porque o Flamengo seja melhor que o Fluminense, ou vice-versa, a privatização da CEPISA foi positiva.
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