Atrasar reforma é atrasar recuperação e privilegiar os que ganham mais
Nesta terça feira (7), o Índice Bovespa fechou em baixa de 2,55%, a 72.414 pontos. A maior queda diária desde 18 de maio, na divulgação das gravações da JBS que desencadearam nova crise política no país. O motivo desta vez, porém, é outro: o adiamento da reforma da Previdência.
A equipe econômica e o governo têm cada vez mais manifestado as suas preocupações pela possibilidade de uma derrota do governo ao tentar aprovar a proposta de reforma da previdência. A cada notícia contra a reforma, o mercado cai. A alta volatilidade do Índice Bovespa nos últimos tempos devido a notícias referentes à previdência mostra a sensibilidade do mercado para o tema.
De alguns anos para cá, o governo tem mostrado que têm dificuldade de fechar as contas. A previsão para este ano de 2017 é que as contas do governo em 2017 tenham um déficit de R$ 159 bilhões. Ou seja, o governo gastará – de novo – mais do que arrecadou. A surpresa – para alguns – está no quanto deste déficit se refere ao pagamento de aposentadorias e pensões. Neste ano, o déficit da previdência está previsto para R$ 260 bilhões. Ou seja, não é exagero dizer que todo o déficit público provém da Previdência.
Isso significa que – embora necessárias – não adiantam privatizações, redução das taxas de juros e controle da inflação, se não for aprovada esta fundamental reforma. A inflação voltará a aumentar e as taxas de juros voltarão a subir à medida que o governo continua sinalizando que não tem capacidade de pagar as suas contas.
Mais do que isso, a permanência dessa situação, coloca em risco a possibilidade das novas gerações receber esses benefícios que estão sendo oferecidos hoje. É caso do Rio de Janeiro que não conseguiu colocar as contas públicas em dia e se viu obrigado a parcelar salários e não consegue pagar os benefícios para os funcionários públicos do estado.
Além de colocar as contas públicas no azul, necessária para garantir os benefícios das próximas gerações, a reforma da previdência tem um caráter redistributivo. Ela acabará com alguns privilégios e anomalias no país. Hoje, o sistema previdenciário beneficia aqueles que ganham mais. Os pobres que ganham menos (desempregados e trabalhadores informais) transferem renda para aqueles que ganham mais. A reforma é urgente e não deveria ficar para 2018.
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