Em 2017 ainda dá para acreditar em Papai Noel
Inflação baixa, queda na taxa de juros, aumento da confiança dos consumidores e melhora moderada no mercado de trabalho: estes são os principais motivos para um maior otimismo com as vendas do Natal deste ano.
A pesquisa mensal do comércio divulgada hoje pelo IBGE confirma a recuperação do varejo em setembro, que registrou crescimento de 0,5%. A taxa foi maior, de 1,0%, quando incluídas as vendas de veículos e de material de construção. Foi o terceiro trimestre consecutivo de aumento das vendas do varejo. Alguns segmentos chamam atenção, como eletrodomésticos, cujas vendas aumentaram 9,6% no acumulado deste ano e 18,5% contra setembro de 2016.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os preços dos bens e serviços mais consumidos no Natal estão caminhando para registrar a primeira deflação em 17 anos. Foram considerados 214 itens e a média de seus preços acumula queda de 1,1% nos últimos doze meses até outubro. Neste mesmo período, houve alta de 9,8% em 2016 e de 10,4% em 2015.
Alguns exemplos (e eventuais sugestões de presentes): telefone celular teve queda acumulada nos preços de 9,1%; equipamentos de TV, som e informática, ficaram 7,7% mais baratos; e alimentos para consumo no domicílio caíram 5,4%.
Além da deflação destes itens, a queda nos juros e a liberação de recursos como o PIS/Pasep fizeram a CNC rever a projeção de crescimento das vendas deste Natal de alta de 4,3% para 4,8%. Isso significa uma movimentação de R$ 34,7 bilhões no setor de varejo. Em 2013 a alta foi de 5%, o que mostra que há chances de o brasileiro poder celebrar o melhor Natal em cinco anos. No biênio 2015-16, a queda acumulada foi de cerca de 10%.
Segundo pesquisa da SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 110,8 milhões de consumidores brasileiros devem presentear alguém no Natal de 2017. Tal número é um pouco melhor que o do ano passado, com cerca de 107,6 milhões de consumidores nas lojas.
A melhora moderada no mercado de trabalho será causa e consequência da alta nas vendas do Natal. A previsão é de alta de 5% nas contratações temporárias ou 73,8 mil segundo a CNC. A boa notícia é que a melhora da economia aliada à regulamentação do trabalho intermitente pela reforma trabalhista deve aumentar a efetivação destes trabalhadores. Espera-se que cerca de 30% do total das contratações sejam efetivadas no ano que vem, contra uma taxa que não passava de 15% nos últimos dois anos.
Além da pesquisa do setor de comércio divulgada hoje, outro dado reforça a percepção de melhora das vendas no Natal. A previsão do site da Black Friday, idealizadora do evento no Brasil, que ocorre dia 24 de novembro, é de alta de 19% no faturamento do e-commerce.
Seria ilusório imaginar que a atual recuperação tenha fôlego para virar crescimento sustentado se o país não fizer as reformas para o ajuste fiscal. A não ser que se acredite em Papai Noel.
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