Inflação de janeiro abre brecha para mais um chorinho de queda nos juros
A inflação oficial do país no mês de janeiro ficou em 0,29%, a taxa mais baixa para janeiro desde a criação do Plano Real em 1994. Foi uma surpresa positiva que talvez abra brecha para mais uma redução na taxa de juros pelo Copom.
Mas o Copom não falou ontem que era o fim do ciclo de queda dos juros? Sim, mas a inflação dos últimos doze meses caiu para 2,86%, abaixo do esperado. Em 12 meses, o índice acumula avanço de 2,86%, o menor desde 2007 (2,99%).
Os preços relativos a transportes, apesar de terem registrado a maior variação em janeiro, perderam força e puxaram o resultado do IPCA. De uma alta de 1,23% em dezembro, o índice desse grupo de gastos desacelerou para 1,1%. Isso se deve, principalmente, à queda nos preços das passagens de avião, que ficaram 1,35% mais baratas depois de um dezembro com alta de 22,28%.
O leitor não percebeu a diminuição de preço nas passagens aéreas em janeiro? É assim mesmo. Aumento de preço dói no bolso. Queda, a gente nem percebe.
Por outro lado, seguem pressionando esse grupo de despesas itens como combustíveis (2,58%), principalmente a gasolina, que exerceu o maior impacto individual no IPCA, e o etanol (3,55%). Também sofreram reajuste os valores do ônibus urbano e intermunicipais.
A safra agrícola recorde em 2016/17 fez os preços dos alimentos despencarem. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a produção de grãos superou 230 milhões de toneladas, alta de 28% frente à safra anterior. Quanto maior a oferta, menores os preços. A deflação acumulada no ano dos alimentos foi de 4,9% e, sem os alimentos, o IPCA teria fechado o ano na meta do BC de 4,5%.
Além disso, os preços de serviços estão cedendo. Se tal comportamento persistir, talvez haja uma brecha para mais uma pequena queda da taxa de juros. Mas não se tenha ilusão. Juros civilizados só com contas públicas minimamente equilibradas, para o que a reforma da previdência é indispensável.
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