Recuperação em 2018 diminui chance de povo na rua como em 2013
A prévia do PIB, o chamado IBC-Br, caiu 0,56% em janeiro segundo o Banco Central. Apesar da queda, este número é melhor do que a previsão do mercado, confirmando a recuperação da economia. É normal cair em janeiro e caiu menos do que o esperado.
O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia. Na comparação entre os meses de janeiro de 2018 e 2017, houve alta de 2,97%. No acumulado do trimestre encerrado em janeiro de 2018 na comparação com o trimestre anterior o índice registrou alta de 1,32%. Na comparação dos três meses até janeiro de 2018 ante igual período até janeiro de 2017, o índice subiu 2,51%.
Esse quadro de recuperação ajuda a entender como 2018 é diferente de 2013, pelo menos do ponto de vista da economia. Isso é importante para avaliar o impacto do assassinato de Marielle Franco sobre a política e suas repercussões econômicas. Seria equivocado prever uma volta do povo as ruas como ocorreu em 2013 a partir das multidões nos protestos ocorridos após o crime.
Manifestações de repúdio a atrocidades como a que vitimou Mariellle e Anderson são legítimas, comuns e compreensíveis. Supor que vão desaguar nos protestos gerais de 2013 é um equívoco.
2013 e 2018 têm em comum a crise estrutural de representação que não é só nacional, mas mundial. Persiste no Brasil um desencanto com os partidos e as lideranças dos três poderes. Há, contudo, enormes diferenças do ponto de vista da economia.
Em 2013 a economia estava em desaceleração. Os índices de confiança estavam em declínio. O desemprego ainda era relativamente baixo para padrões históricos e a inflação estava em aceleração, perigosamente próxima a 6%, cerca do dobro da atual. Isso sem falar da inflação reprimida em virtude do controle artificial de preços, como o da gasolina.
Em contraste, 2018 apresenta uma situação oposta: a recuperação está em curso, conforme ilustrado pelo dado do IBC–Br comentado antes. Os índices de confiança de todos os segmentos – comércio, indústria e serviços – estão subindo. O nível de desocupação ainda é alto e a inflação atingiu recordes históricos de baixa, situando-se em menos de 3% nos 12 meses até fevereiro.
Então é certo que não haverá povo na rua? A sismologia ainda não prevê com um mínimo de antecedência os terremotos. Como pedir para a ciência política entender quando é chegada a hora das manifestações de massa? Múltiplos fatores levam as pessoas às ruas. A situação da economia é relevante, mas é apenas um deles.
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