Time é bom, mas superministro não faz milagre
O novo desenho da área econômica no governo Bolsonaro deve levar a uma centralização sem precedentes sob o superministro Paulo Guedes.
Nos governos militares, Delfim Netto era o chamado czar da economia. Foi Ministro da Fazenda (1967-1974) com carta branca em várias áreas nos governos Costa e Silva e Médici e continuou a mandar no Governo Figueiredo, primeiro na Agricultura e depois no Planejamento (1979-1985).
O governo Collor (1990-1992) tentou algo parecido com Zélia Cardoso de Mello e depois Marcílio Marques Moreira, reunindo no Ministério da Economia as pastas da Fazenda e do Planejamento.
O governo Bolsonaro repetiu o nome do ministério do governo Collor, mas criou um superministro ainda mais poderoso. Além de controlar o caixa por meio da Fazenda e a programação orçamentária pelo Planejamento, Paulo Guedes terá sob seu comando a Indústria e Comércio.
Não há fórmula mágica. Se o superministério dará certo ou não, dependerá da qualidade do ministro, da equipe, do programa e das circunstâncias políticas e econômicas do governo Bolsonaro.
Uma coisa é certa. Era necessário reduzir o exagero dos atuais 29 ministérios do governo Michel Temer ou os 39 de Dilma Rousseff!
O exagero de ministérios tem tudo a ver com loteamento político-partidário e nada com boa gestão. Países maduros são mais econômicos em número de ministérios. Os EUA têm 15, a França, 19.
Um superministério da área econômica ajuda a harmonizar as várias reformas necessárias em relação à privatização, previdência, tributação e comércio exterior e política industrial.
A indicação do também superministro Sergio Moro na Justiça e Segurança reforçou as boas expectativas até momento, sinalizadas pela alta da Bolsa e queda do dólar. Moro traz o símbolo da Lava Jato de combate à corrupção e ao crime organizado.
Até agora são expectativas. Terminada a transição, o mercado vai cobrar resultados – com ou sem superministros. A escalação do time começou bem. Precisa ver como a equipe se entrosa em campo.
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