A perda líquida de 43 mil vagas com carteira assinada em março é um banho de água gelada em quem esperava uma aceleração do emprego. Isso reforça a necessidade de reduzir os juros. A economia está desaquecida, a recuperação não ganhou o vigor esperado e as expectativas para o aumento de preços estão em linha com as metas de inflação para este ano e o próximo. O Banco Central tem espaço para reduzir o custo do dinheiro.

A projeção do mercado era de um ganho líquido de 70 mil empregos, uma diferença de 113 mil postos de trabalho! Muita gente revisou a projeção do PIB, e esqueceu que a menor produção de bens e serviços significa menos oportunidades de trabalho. Mesmo considerando os ajustes sazonais, isto é, as características típicas do mês de março, o resultado foi muito ruim, o pior março desde 2017.

Para virar o jogo e colocar a economia em marcha é preciso dar um basta na picuinha política e concentrar a ação do governo na negociação com o Congresso. Urge aprovar a reforma da Previdência, condição necessária para as expectativas melhorarem e a recuperação ganhar fôlego.

Mas reforma da Previdência não faz milagre nem cria empregos. É condição necessária, não suficiente. A expansão virá do aumento do investimento em infraestrutura, área que vem sendo bem gerida pelo governo. Justamente porque a equipe tem se concentrado naquilo que é prioritário: eliminar os gargalos mediante parceria com a iniciativa privada.