Inflação em queda. Juros menores para os consumidores?
A queda da inflação é sempre uma boa notícia para o consumidor. Segundo o IBGE, o indicador oficial de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), saiu de 0,38% em janeiro para 0,33% fevereiro, mostrando uma leve desaceleração. É a taxa mais baixa para o mês desde 2000.
No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 4,76%, seguindo na sua trajetória de queda e se aproximando da meta estipulada pelo Banco Central de 4,5%. Desde junho de 2012, é a primeira vez que o acumulado de 12 meses fica abaixo de 5%. No ano passado, a inflação oficial no Brasil foi de 6,29%, dentro do limite máximo da meta.
O grupo de educação foi o que apresentou maior variação, com alta de 5,04%. Por outro lado, alimentação e bebidas apresentaram deflação (inflação negativa) de 0,45%. A variação positiva do grupo educação reflete os reajustes feitos geralmente no início do ano nas mensalidades escolares. O grande alívio veio dos alimentos em virtude da boa safra agrícola.
A queda da inflação afeta a vida econômica das pessoas de várias maneiras. Destaquem-se duas delas. A primeira é aumentando o poder de compra das pessoas. Em um cenário de inflação alta, como em 2015 onde a inflação terminou o ano em 10,67%, as pessoas compram menos bens e produtos com o mesmo salário. No sentido oposto, em um cenário de baixa inflação, não há essa perda do poder de compra. Ao que tudo indica, é nesse sentido que o país começa a caminhar.
A segunda maneira reflete como a queda da inflação tem outros reflexos na economia. O atual cenário é de inflação do centro da meta de 4,5%, câmbio relativamente apreciado entre R$ 3,10 e R$ 3,30 e relativo avanço na reforma da previdência. Essa combinação abre espaço para que o Banco Central reduza em 1 ponto percentual os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). A taxa de juros básica da economia (Selic) atual é 12,25%.
Dessa maneira, a queda da Selic possibilitaria a redução das taxas de juros que chegam ao consumidor, que, embora sejam muito diferentes da atual taxa Selic, apresentam certa relação. Entre diversos exemplos, a taxa do cheque especial está em 328% aa. e a taxa média de juros do crédito pessoal 141% aa. Uma Selic menor contribui para que os juros que chegam ao consumidor também sejam menores.
Ao que tudo indica, o cenário caminha para uma inflação no centro da meta em 2017, próxima dos 4,5% e com isso juros menores para os consumidores. Apesar disso, há pontos sensíveis como o avanço das reformas no congresso, que não são triviais de serem aprovadas e podem mudar de uma hora para outra. Embora o cenário esteja melhorando, é necessário cautela para não se comemorar cedo demais.
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