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Blog do Gesner Oliveira

Serviço militar moderno pode ajudar a combater desemprego entre jovens

Gesner Oliveira

30/04/2019 19h26

Uma versão moderna de serviço militar que atenda a comunidade e aumente a empregabilidade de jovens desocupados ou desalentados (que desistiram de buscar emprego) pode ajudar no combate ao desemprego.

A desocupação assumiu proporções dramáticas. O IBGE divulgou uma taxa de desemprego de 12,7% em março, atingindo 13,4 milhões de brasileiros. Mas o percentual relevante é de 25% de subutilização, equivalente a 28,3 milhões de pessoas. É quase metade da população do país, quando se consideram os familiares dos desocupados.
A crise atingiu em cheio os jovens brasileiros. Neste grupo, o número de desalentados triplicou desde 2014, saltando de 500 mil para 1,76 milhão.

A exemplo de outros países, como a França de Macron, o governo deveria considerar programas especiais que aumentassem a empregabilidade dos desocupados e, especialmente, dos jovens. É preciso romper o círculo viciosos de não achar emprego por não ter experiência e de nunca obtê-la justamente pela falta de oportunidade de trabalho.
No caso da França, há uma preocupação com o fortalecimento da identidade nacional e a integração étnica e social. No caso brasileiro, a capacitação profissional deveria ganhar especial atenção.

Um serviço militar moderno engajaria todos os gêneros. Além de noções básicas de defesa e proteção das fronteiras, contemplaria diferentes atividades, como o atendimento a comunidades carentes, defesa do meio ambiente e da economia circular, zeladoria urbana, entre outras. Isso poderia ser um passaporte para o mercado de trabalho e para um sentimento de nação.

No passado, o serviço militar tradicional e projetos como o Rondon entre universitários apresentaram aspectos positivos para a formação de uma identidade nacional. É hora de pensar em fórmulas adequadas aos desafios atuais, especialmente para o drama do desemprego.

Sobre o autor

Gesner Oliveira é ex-presidente da Sabesp (2006-10), ex-presidente do Cade (1996-2000) e ex-secretário de Acompanhamento Econômico no Ministério da Fazenda (1995) e ex-subsecretário de Política Econômica (1993-95). É doutor em Economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), sócio da GO Associados, professor de economia da FGV-SP e coordenador do grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da FGV. Foi eleito o economista do ano de 2016 pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

Sobre o blog

Você entende o que está acontecendo agora na economia? E o impacto que a macroeconomia tem sobre sua vida? Quando o emprego voltará a crescer? Como a economia impacta sobre o meio ambiente? Vale a pena abrir uma franquia? Investir em ações da Petrobras? Este blog se propõe a responder a questões desse tipo de maneira didática, sem economês.

Gesner Oliveira