Inflação civilizada, desemprego selvagem
O Brasil abriu 35 mil vagas de empregos formais em agosto. Foram 1,25 milhões de admissões e 1,22 milhões demissões, considerando o mercado formal. O resultado é o melhor para agosto desde 2014 e o quinto mês seguido de saldo positivo neste ano.
A geração de empregos no mês de agosto foi puxada pelo setor de serviços, que gerou 23,2 mil postos formais. Em seguida, veio a indústria da transformação, com 12,8 mil vagas. Pode parecer bons números, mas ainda há 12,8% de desempregados, representando 13,3 milhões de pessoas. Para estes, a dúvida é quando a taxa de desemprego cairá novamente abaixo de um dígito e o emprego voltará a um nível civilizado.
O desemprego é uma variável econômica que apresenta certa defasagem em relação ao crescimento econômico. Em 2014, quando a economia já desacelerava e o PIB cresceu apenas 0,5%, o desemprego atingiu a mínima histórica de 6,5%. Em 2015, quando o PIB despencou 3,77%, o desemprego atingiu apenas 8,5%. Apesar da grave crise econômica o brasileiro ainda não sentia o drama do desemprego.
Agora que a economia está se recuperando com inflação baixa, queda da taxa de juros e aumento do consumo, o mercado de trabalho começa a mostrar sinais de melhoras, mas novamente com certo atraso. A expectativa é que o desemprego abaixo de dois dígitos voltará apenas em meados de 2020. É uma das sequelas da maior crise da história.
Para que não demore tanto para os brasileiros encontrarem um posto no mercado de trabalho é necessário que os empresários retomem a confiança. Com isso, eles podem voltar a investir e acelerar as contratações, o que significará mais crescimento econômico. Mesmo que diversas variáveis econômicas tenham apresentado significativa melhora nos últimos meses, de nada adianta inflação civilizada, se o desemprego é selvagem.
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