Quando os juros mais baixos irão aliviar seu bolso?
A queda da inflação é sempre uma boa notícia para o consumidor. No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 2,86%, seguindo na sua trajetória de queda, abaixo da meta estipulada pelo Banco Central de 4,5%. No ano passado, a inflação oficial no Brasil foi de 2,95%.
O Relatório Focus do Banco Central mostrou uma redução da expectativa de inflação pela quarta semana consecutiva, de 3,81% para 3,73%. Há um mês, estava em 3,95%. A taxa básica de juros, a chamada Selic, caiu de 14,25% em setembro de 2016 para 6,75% em fevereiro de 218, um período de 16 meses.
Ótimo para a economia que deixou a pior recessão da história em 2015/16 para um ritmo atual de crescimento superior a 3%. O problema é que as pessoas ainda pagam um juro elevado quando tomam crédito. Como e quando isso pode mudar?
O atual cenário é de inflação abaixo da meta de 4,5% e câmbio relativamente apreciado entre R$ 3,10 e R$ 3,30. Essa combinação abre espaço para que o Banco Central diminua os juros em 0,25% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM).
A queda da Selic é uma condição necessária para reduzir as taxas de juros que chegam ao consumidor, mas não suficiente. A redução ainda é pequena. Conforme o Banco Central, o juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito caiu 6,9 pontos porcentuais no primeiro mês de 2018. Com isso, a taxa passou de 334,8% em dezembro para 327,9% ao ano em janeiro.
De acordo com a nota do Banco Central divulgada hoje, a pessoa física paga em média 41,1% no crédito pessoal e a pessoa jurídica 22,3%. Muito acima da Selic que poderá cair para 6,5% na próxima reunião do Copom.
Não há uma solução fácil para os juros elevados que as pessoas pagam no Brasil, mesmo quando a taxa primária está caindo. São muitas as razões, incluindo a falta de informação de histórico de crédito, impostos, risco de inadimplência e a insegurança jurídica.
Uma das 15 medidas requentadas que o governo apresentou na semana passada ataca exatamente a questão da informação. Trata-se do projeto de cadastro positivo de crédito que andava meio esquecido.
O projeto reformula a atual legislação do cadastro positivo, estabelecendo a inclusão automática dos consumidores na base de dados. Como consequência de maior adesão e informação, torna-se mais fácil identificar bons pagadores e consequentemente oferecer taxas mais atraentes.
Não há milagre envolvido e os juros não cairão para um dígito apenas em função do cadastro positivo. Mas é uma medida positiva, cuja aprovação requer foco. Faria muito bem para a economia se, a exemplo das outras 14 medidas, o Congresso focasse em seu trâmite e aprovação. Está na hora de pensar no consumidor e no país, deixando as picuinhas entre os candidatos para a disputa eleitoral.
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