Inadimplência tira o sono de 64 milhões
O presidente Michel Temer assinou ontem um decreto que antecipa o pagamento de metade do valor do 13º salário dos aposentados e pensionistas. A decisão representará a injeção de R$ 21 bilhões na economia, segundo as estimativas do governo federal.
O alívio chega em boa hora. O número de consumidores em atraso chega ao espantoso número de 64 milhões.
Este grupo de pessoas com dívidas, contas em atraso e registrados em cadastros de devedores acelerou em junho, ao crescer 4,07% na comparação com o mesmo período do ano anterior. É a nona alta consecutiva na série histórica do indicador apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O maior crescimento no atraso de contas foi observado na população idosa (65 aos 84 anos), com alta de 10,76%. Houve queda da inadimplência entre a população mais jovem. Na faixa dos 18 aos 24 anos de idade, a queda foi de 23,31%, e na faixa dos 25 aos 29 anos, o recuo foi de 5,28%.
Com a antecipação de metade do 13º salário, a prioridade é pagar e negociar as dívidas. Primeiro, é preciso entender o tamanho dessa dívida, quanto ela custa por mês e se pode ser trocada por dívida mais barata. Considere igualmente a venda de um bem, como o carro, para abater o débito e fugir do pagamento de juros.
Negociada a dívida, possivelmente trocada por empréstimo mais barato, é necessário planejar a vida financeira para não cair mais no endividamento. Ninguém merece perder o sono dessa forma.
O caminho é o planejamento das finanças pessoais. Fácil escrever, difícil praticar. A receita é fazer o oposto do governo e especialmente do Congresso brasileiro na lamentável farra da votação da lei do orçamento para 2019. É preciso conter o gasto e ajustá-lo à previsão realista de receita.
O problema reside na dificuldade de fazer frente a contas de luz, plano de saúde, matrículas e material escolar em tempos de baixo crescimento e escassas oportunidades de trabalho. Em contraste com os governos, as famílias têm limites de endividamento. Não podem criar novos impostos nem emitir dinheiro.
Se a economia retomar o crescimento, a vida ficará um pouco mais fácil para as famílias acertarem suas contas. Mas para isso ocorrer, a sociedade precisa exigir de seus representantes um ajuste profundo das contas do Estado.
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