Trump surfa na onda de Obama (mas pode acabar com ela)
A divulgação de uma taxa anualizada de crescimento da economia dos EUA de 4,1% no segundo trimestre de 2018 – melhor resultado desde 2014 – serviu de mais uma peça publicitária para Donald Trump. Segundo ele, o país tem "os melhores números financeiros do planeta", supostamente refletindo o acerto de suas políticas.
No entanto, o bom desempenho da economia norte-americana foi obtido depois de um longo processo de recuperação da grande recessão de 2008/09. Isso ocorreu depois de várias medidas tomadas durante a gestão de Barack Obama.
A capacidade de crescimento está associada a uma melhora na produtividade, que por sua vez reflete a introdução de novas tecnologias. Embora inúmeros problemas persistam, os EUA têm tido boa capacidade de inovação que está na raiz do crescimento de longo prazo.
Ironicamente, as atuais políticas de Trump podem destruir a maior economia do planeta. O protecionismo aumenta o custo dos importados e gera maior pressão sobre os preços, exigindo juros maiores e, portanto, menor incentivo de investimento.
É uma ilusão pensar que o protecionismo irá reduzir o déficit comercial estrutural dos EUA. Ao proteger o mercado doméstico e inibir o comércio internacional, Trump diminui a competitividade da economia norte-americana e consequentemente perpetua o atraso em relação a outros países, especialmente a União Europeia, China, Japão e os Tigres Asiáticos.
O tempo da economia é diferente do tempo da política. É impossível precisar até quando Trump poderá capitalizar politicamente uma expansão que não é mérito dele. E, em quanto tempo suas políticas protecionistas, se implementadas, serão capazes de jogar os EUA em uma recessão. As respostas a estas questões são chaves para prever as chances de reeleição de Trump nas próximas eleições em 2020.
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