Para acabar com o desemprego, só saindo da era do Pibinho
O desemprego continua sendo o maior problema da economia brasileira. Para diminuí-lo, será necessário acelerar o crescimento, superando a era do Pibinho. O IBGE divulgou hoje a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,1% em 2018, algo ligeiramente inferior àquilo que era esperado (1,2%).
É o segundo ano de crescimento modesto. Em 2017, a economia cresceu 1,1%, depois da maior recessão da história em 2015/16. O resultado foi um recorde de taxa de desemprego, que estava em 6,2%, no final de 2013, e chegou ao máximo de 13,7%, no início de 2017. Está atualmente em 12% no trimestre encerrado em janeiro deste ano.
O percentual de 12% da força de trabalho desempregada não dá a dimensão do drama. São 12,7 milhões de pessoas que estão ativamente procurando postos de trabalho, sem sucesso. A taxa de subutilização é maior ainda: 24,3%, representando um total de 27,5 milhões de pessoas.
Nesta estatística estão incluídos os desempregados (12,7 milhões); os subocupados, com 6,9 milhões de pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana e gostariam de trabalhar mais; e a chamada força de trabalho potencial, com 7,9 milhões de pessoas aptas a trabalhar, mas que estão fora do mercado por diversas razões.
Neste último grupo estão os 4,7 milhões de desalentados, que desistiram de procurar emprego; e 3,2 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar dos filhos.
O provável crescimento mais rápido em 2019 pode melhorar esse quadro. Mas mesmo uma expansão de 3% neste ano não trará a taxa de desemprego para um dígito. É importante que o investimento se recupere. Uma boa notícia é o crescimento da formação de capital em 2018 (4,1%), embora seja a partir de uma base pequena, depois do declínio dos anos anteriores.
A taxa de investimento, isto é, o investimento como proporção do PIB, passou de algo próximo a 22%, em 2010, para os atuais 15,4%, no resultado das Contas Nacionais para o último trimestre de 2018.
Sem uma retomada do investimento será difícil superar a era do Pibinho. É urgente aprovar a reforma da Previdência, para evitar uma quebra do sistema de aposentadorias, e avançar no programa de obras de infraestrutura, com impacto sobre a construção civil e o emprego. Infelizmente, a única obra que parece interessar a muitos parlamentares é a ponte do Carnaval.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.