Juros menores. Onde investir?
O ano de 2017 começa agitado do ponto de vista econômico. Depois da aprovação da PEC dos gastos e do avanço da reforma da previdência, agora é hora de o mercado voltar a sua atenção para as novas expectativas de juros, alteradas pelas últimas ações do Banco Central.
A principal mudança é que o mercado agora espera uma queda mais forte da taxa Selic para este ano. A aceleração da redução dos juros pelo Copom marcou nova reversão de expectativas. Segundo o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado espera que a taxa Selic chegue em 9,75% aa até o fim do ano. A expectativa da semana passada era de uma taxa de 10,25% aa.
Caso a previsão se concretize, será a primeira vez que taxa Selic cairá para o patamar de um dígito desde outubro de 2013. A diferença é que, naquela ocasião, a expectativa de inflação vinha aumentando. Neste caso, a inflação tem convergido para o centro da meta. A expectativa para inflação em 2017 é de 4,80% (ante 4,81% na semana anterior) e de 4,50% para 2018.
Outra variável que, pela terceira semana consecutiva, sofre revisões para baixo é a taxa de câmbio. Depois de ser projetada em R$ 3,50 para o fim do ano, agora o mercado espera que o dólar encerre 2017 em R$ 3,40. Atualmente, o câmbio está na casa dos R$ 3,20, nível próximo ao registrado antes da eleição de Donald Trump, no começo de novembro.
Esta queda recente do dólar tem um novo fator: o aumento dos preços das commodities. Com a expectativa que o governo de Donald Trump faça um amplo programa de expansão de infraestrutura nos EUA, o preço das matérias-primas, como o minério de ferro e o petróleo, voltou a subir.
Como o Brasil é exportador de tais produtos, quando os preços de destes produtos sobem no exterior, a expectativa é que mais dólares entrem no país. Como há uma mesma quantidade de reais para mais dólares, o real se torna mais valorizado.
Diante deste panorama de juros menores, a pergunta natural que surge para as famílias é: qual o impacto deste novo cenário nas finanças pessoais?
Apesar da expectativa de queda para os juros, a renda fixa segue atrativa. Principalmente nos títulos pré-fixados, os quais as pessoas travam, no momento do investimento, a taxa que irão receber ao final da aplicação.
Um investidor com R$ 10 mil, ao investir na poupança teria 7,4% aa de rendimento (R$ 744). Ao investir em título prefixado com vencimento para 2019, este mesmo investidor consegue um rendimento de 10,50% aa (R$ 1.050). É uma diferença considerável. Com uma taxa de inflação de 4,80% esperada para este ano, a poupança traria ganho real de apenas 2,5%, enquanto o investimento em título prefixado significa 5,43% de ganho acima da inflação.
Além dos prefixados, títulos pós-fixados – aqueles que acompanham a taxa de juros básica da economia – também possuem rendimentos acima da poupança, mas se tornam menos atrativos com a queda da Selic. Para investimentos com prazos mais longos, títulos que pagam a inflação mais uma taxa real (atualmente acima de 5% aa), também são opções interessantes.
Mas a dica mais valiosa é para que o leitor esteja constantemente informado e atualizado. Como diria o físico dinamarquês Niels Bohr "é muito difícil fazer previsões, principalmente sobre o futuro". Nada é imutável. A conjuntura continua muito instável. Tudo pode mudar radicalmente com alguma fase da Operação da Lava Jato ou um tuíte de Donald Trump.
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