O que decidirá o Copom?
Eis a questão mais relevante para a economia nesta semana de pré-Carnaval. A decisão dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom), que será anunciada amanhã no final da tarde, afetará suas dívidas, suas aplicações financeiras e a capacidade de a economia recuperar a produção, e o mais importante, o emprego.
Do ponto de vista técnico, haveria condições para reduzir a taxa primária de juros, a chamada Selic, em 1 ponto percentual. Isto levaria a Selic dos atuais 13% ao ano para 12% ao ano.
Isso se deve à redução da taxa de inflação. As projeções do mercado nesta semana apontam para uma inflação em 2017 de 4,43%, inferior à meta de 4,5%, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Foi a sétima redução consecutiva das expectativas do mercado.
Três fatores têm colaborado para este comportamento da inflação. Primeiro, a forte recessão, que produziu uma ociosidade média na indústria de 26% em 2016, chegando a mais de 40% em alguns casos, como o da indústria de cimento, com 43%. Segundo, a queda do preço do dólar, barateando os preços dos produtos comercializáveis. Terceiro, a perspectiva de uma safra recorde neste ano. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima produção de 219,1 milhões de toneladas, o que afasta o risco de choques de preços agrícolas que morderam tanto o bolso do consumidor no passado recente.
Mas uma coisa é a melhor decisão e outra é a mais provável. O Copom deverá ser mais conservador e restringir o corte em 0,75 pp. Isso é coerente com o discurso do Banco Central nos últimos dias. A última coisa que um banqueiro central deseja é surpreender o mercado.
Seria desejável que o comunicado emitido por ocasião da decisão trouxesse nas entrelinhas uma mensagem de continuidade da redução rápida dos juros. É raro surgir uma janela como a atual para diminuir o custo do dinheiro no Brasil. É hora de aproveitá-la e acelerar mais ainda as reformas, abrindo o caminho para a recuperação consistente da economia.
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