Lista de Fachin não inviabiliza ajuste da economia
Apesar da tempestade política com a delação do fim do mundo, o mercado parece não estar dando muita bola. Não houve grande variação na bolsa de valores e o dólar permanece com certa estabilidade. A economia está relativamente insensível à política.
Boa notícia para a população. E má notícia para os lobbies corporativos que usam qualquer pretexto para impedir o avanço das reformas.
Isso se deve a três fatores: ao tempo jurídico; ao fato de as reformas servirem como uma tábua de salvação para uma parcela da classe política; e ao fato de as lideranças políticas serem substituíveis.
O ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin colocou o alto escalão político do governo e do País sob investigação. Por abrir inquérito contra oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 39 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas, há o receio de que a lista acabe por paralisar o país e, por consequência, as reformas tão necessárias para sair da crise. Mas, isso não deve ocorrer.
O tempo jurídico é diferente do tempo econômico. O primeiro requer uma investigação criteriosa, o direito ao contraditório e um julgamento técnico e minucioso. Em março, a Lava-Jato completou três anos com centenas de prisões, delações e indiciamentos. O desfecho de tantos processos vai demorar.
Por sua vez, o tempo econômico é instantâneo, refletindo a formação das expectativas a partir da observação dos fatos e projeções de resultados. E o fato é que em meio a tantas revelações e investigações, as reformas prosseguem.
A agenda reformista pode ser uma tábua de salvação para uma parcela da classe política. As reformas deslocam a pauta da conjuntura para as várias discussões de mudança, fazendo um contraponto à Lava Jato. Além disso, uma outra parcela da classe política vê genuinamente nas reformas uma maneira de tirar a economia da crise.
Por fim, há um exagero na afirmação de que sem grande número das lideranças envolvidas nos inquéritos, há um risco de paralisia. Basta lembrar a sábia frase atribuída ao estadista francês do século XIX e XX, Georges Clemenceau: "os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis". Os cemitérios políticos também.
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