Delação da JBS é de grau 9 na escala de terremotos políticos
O impacto da delação da JBS é 9 na escala Richter de terremotos políticos. Até agora o mais forte dos choques sísmicos. O efeito de curto prazo é fortíssimo. A apreensão dos investidores é grande. Mas é cedo para prever os efeitos de médio prazo. Tudo dependerá da capacidade de reação e comunicação do governo, bem como a blindagem da política econômica. Para o bem do combate ao desemprego seria desejável descolar a economia da política. O Brasil só volta a crescer se as reformas continuarem.
O governo havia anunciado há menos de uma semana os números de um ano do governo Temer. Os dados mostravam, do ponto de vista econômico, um relativo sucesso. O índice Bovespa tinha saído de 53 mil, quando Temer assumiu, para 67 mil. A taxa de juros básica da economia (Selic) iniciada em seu governo era de 14,25%, contra os atuais 11,25%. A confiança dos empresários também subiu e a inflação despencou de elevados 9,3% para 4,1%. O mercado parecia estar em harmonia com os rumos do país. Mas, antes mesmo da festa terminar, a delação da JBS jogou um balde de água fria.
A expectativa de que a economia estava se recuperando fica para trás. Diante das denúncias que foram lançadas é natural que haja muita incerteza e dúvida em relação à continuidade da política econômica e das reformas iniciadas. Entre os principais efeitos no curto prazo: diminuição no ritmo de queda da taxa de juros que vinha ocorrendo de forma rápida, aumento do risco país e o principal impacto no mercado de trabalho que começava a mostrar os primeiros sinais de recuperação.
Pelo momento, o governo diminui sensivelmente a sua capacidade de continuar com a agenda reformista. As reformas inevitavelmente vão sofrer atrasos e tem um risco maior de não serem aprovadas. Mas seria prematuro concluir que a reforma da Previdência está morta.
Qualquer que seja a solução encontrada para estancar a sangria política, é fundamental que ela seja resolvida da maneira mais rápida e suave possível. Ao mesmo tempo, é necessário blindar a economia do país. As investigações devem continuar – sem dúvidas – mas o mais importante é garantir o descolamento que separe a turbulência política e a política econômica de ajuste que é tão fundamental para diminuir o desemprego e levar novamente a economia para o crescimento. 14 milhões de desempregados não aguentam mais esperar essa indefinição política.
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