Rebaixamento do Brasil já era esperado. Como isso afeta seu bolso?
Conforme previsto, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil, seguindo o exemplo da Standard&Poor's. Segundo tais entidades a capacidade de pagamento do país piorou. O atraso nas reformas, especialmente a da previdência, e as incertezas sobre a eleição presidencial deste ano pesaram na decisão. Outra agência conhecida, a Moody's, deverá fazer o mesmo em breve.
Com os rebaixamentos anunciados neste ano, a nota do Brasil recuou para o patamar de 2005. No curto prazo, o efeito prático do rebaixamento é pequeno. Mas o fato foi ignorado pelo mercado. A bolsa bateu mais um recorde histórico, passando dos 87.000 e o dólar fechou em queda.
Três fatores explicam esta aparente contradição. Primeiro, os ventos da economia mundial continuam soprando favoravelmente para países emergentes, como o Brasil. Segundo, embora a reforma da previdência tenha saído da pauta, há uma expectativa de que o tema continuará na agenda deste e do próximo governo.
Terceiro, os indicadores de curto prazo continuam positivos com a economia em recuperação e a inflação bem comportada. Isso permite esperar mais uma pequena queda da taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária em março.
É claro que uma mudança dos ventos externos pode mudar radicalmente este quadro e obrigar o Brasil a elevar os juros. Ou, se prevalecer uma percepção de que nada será feito para melhorar as contas públicas, as expectativas vão deteriorar. Neste caso, os juros sobem e consequentemente a produção e o consumo voltam a retrair em prejuízo do emprego que mal começou a dar sinais de vida.
O efeito no bolso do cidadão seria negativo: conta mais alta de juros nos empréstimos que contrair e maior dificuldade de encontrar emprego. Eis a razão pela qual o país não pode perder esta janela de oportunidade da economia internacional e avançar nas reformas.
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