Reforma ministerial de Temer é meio copo cheio, meio copo vazio
A reforma ministerial do Governo Temer motivada pelas eleicões tem aspectos positivos e outros nem tanto.
Do lado positivo, prevaleceram perfis técnicos para a maioria dos cargos mais importantes do ponto de vista da economia.
É o caso do Ministério da Fazenda com Eduardo Guardia, Planejamento com Esteves Colnago; e o BNDES fica com Dyogo Oliveira. Todos profissionais competentes que não vão promover a gastança neste final de governo.
Do lado negativo, a reforma foi feita apenas para permitir que os titulares se desincompatibilizassem para cumprir a legislação eleitoral. O governo perdeu o apetite reformista depois que abandonou a reforma da previdência. A orientação parece ser segurar a bola e esperar o tempo passar até outubro quando ocorrem as eleições.
Refeita a nova administração, a equipe que acaba de tomar posse terá o papel de passar a bola no período de transição. Não se espere muito mais do que isso.
É verdade que houve ruído com o nome de Moreira Franco, ex-secretário executivo do PPI, para a pasta das Minas e Energia, responsável pela privatização da Eletrobras. Porém, deve-se considerar que é um nome do núcleo do presidente e que eventualmente terá mandato para tocar a privatização da Eletrobras, que a esta altura do campeonato é vista como uma possibilidade apenas remota.
No curto prazo, a economia vai bem obrigado. O PIB cresce a um ritmo de 3% e a inflação oficial do país no mês de março ficou em 0,09%, a taxa mais baixa para março desde a criação do Plano Real em 1994. Isso abre espaço para mais uma queda na taxa de juros.
Até a Moody's, uma das grandes agências de classificação de risco passou a perspectiva de avaliação do Brasil de negativa para estável. A nota foi mantida (Ba2), dois degraus abaixo do grau de investimento. Isso diminui a probabilidade de rebaixamento, porém é bom não ficar muito animado. A própria Moody's já reviu de negativa para estável em março de 2017 e depois em maio voltou atrás, parecendo o juiz da final entre Palmeiras e Corinthians.
Mais do que a reforma ministerial, a questão chave é saber se a administração que assumir em 2019 vai prosseguir no ajuste da economia e tomar as medidas necessárias para equilibrar as contas públicas. Disso dependerá a retomada do crescimento. Esta escolha está nas mãos de sua Excelência, o eleitor.
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