Candidatos reformistas ainda não decolaram
A pesquisa do Datafolha revelou que os candidatos alinhados com as reformas econômicas necessárias ao ajuste fiscal têm apenas 14% das intenções de voto.
A divisão convencional entre "direita" e "esquerda" é irrelevante do ponto de vista da política econômica. Aliás, são categorias ultrapassadas, originárias do final do século XVIII e aplicáveis aos séculos XIX e parte do XX. Para um país emergente no século XXI, o que importa é saber quem pode colocar as finanças do estado em ordem e garantir serviços de boa qualidade e com eficiência para o cidadão.
Hoje é possível distinguir três grupos de candidatos que não guardam relação necessária com as categorias tradicionais de direita e esquerda. Os reformistas, que apoiam a atual política econômica, as reformas como a da previdência e a trabalhista e o ajuste fiscal; os corporativistas, que vocalizam os interesses de grupos diversos que acumularam direitos e privilégios bancados pelo contribuinte. E os indefinidos, que ainda não se manifestaram claramente sobre seus programas econômicos.
À luz das informações da última pesquisa do Datafolha, se Temer for o candidato do governo e Haddad o candidato do PT, é possível verificar os percentuais destes grupos. Os reformistas teriam 14%, somando as intenções de voto de 9 candidatos com Geraldo Alckmin com maior percentual (7%). Os indefinidos somariam 45%, com quatro candidatos com Jair Bolsonaro apresentando o maior percentual (17%). Por fim, os corporativistas teriam 14%, com Ciro Gomes com maior percentual (9%).
O resultado deste cenário, que não é muito diferente de outros cenários pesquisados pelo Datafolha, sugere que a seis meses da eleição pouco pode ser dito acerca do que esperar para a política econômica em 2019. Pior, os candidatos com maior chance de vitória ainda não parecem claramente comprometidos com as reformas da economias e ajuste das contas públicas.
A melhora das expectativas para a economia dependerá de um salto dos reformistas mediante alianças e/ou um compromisso claro com o ajuste da economia por parte dos indefinidos. Se isso ocorrer, a bolsa pode ultrapassar os 100 mil pontos até o final do ano.
Por enquanto, ainda não é possível detectar sinais claros nesta direção, o que aliado às incertezas do cenário, faz a bolsa andar de lado.
Eleição dá sempre um frio na barriga dos políticos que estão no centro da disputa. E muito mais em quem deseja investir ou arrumar um emprego em um país que gere oportunidades nos próximos anos.
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