Até quando o desemprego permanecerá alto?
O desemprego tem demorado a cair, apesar da retomada da economia. Os dados do IBGE divulgados na última sexta-feira aumentaram a aflição com o maior drama da economia. O desemprego atingiu 13,1% no trimestre encerrado em março de 2018, correspondente a 13,7 milhões de pessoas desocupadas.
Como na prática a campanha presidencial já começou, há uma tendência a politizar o debate em torno da situação do mercado de trabalho. Mas os dados não são tão ruins quanto sugerem as manchetes. No primeiro trimestre do ano é normal que o desemprego suba, refletindo as demissões dos temporários das festas de fim de ano. Comparado com o mesmo período do ano passado, o desemprego caiu de 13,7% para 13,1%.
Há três forças principais atuando sobre o mercado de trabalho neste momento. A primeira é a recuperação da economia que aumenta a demanda por mão de obra. O problema é a expectativa para o médio prazo. Como há incerteza em relação à continuidade da política econômica após 2019, muitas empresas aguardam clarear o cenário para contratar.
A segunda é a mudança tecnológica que tende a mudar de forma permanente as relações de trabalho. Parcela da expansão do trabalho por conta própria pode refletir uma nova tendência do mercado.
A população ocupada registrou crescimento de 1,8% ante março de 2017, e segue puxada pela geração de postos informais e por conta própria, que registraram alta de 5,2% e 3,8%, respectivamente. Em contraste, o emprego com carteira assinada caiu 1,5% nesta base de comparação. Chama atenção, contudo, que os dados do Ministério do Trabalho sobre emprego formal indiquem uma expansão maior dos empregos com carteira assinada. Algo a conferir nos próximos meses.
A terceira é a reforma trabalhista que representou mudança institucional importante. Empresas, trabalhadores e a própria Justiça do Trabalho estão se adaptando às novas regras e à nova cultura que deverá reger as relações trabalhistas. É natural que seja um processo lento. A insegurança aumenta quando se considera que vários dos presidenciáveis têm se manifestado contrários à reforma trabalhista (de forma fundamentada ou não).
A expectativa é a de recuperação ao longo de 2018, mas em ritmo lento, mantendo a taxa de desemprego em dois dígitos em 2018.
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