Por um programa mínimo para preservar a recuperação
A maior recessão da história brasileira fez a indústria regredir cerca de 13 anos, retrocedendo a 2005.
A expectativa é que neste ano, o setor industrial apresente números ainda positivos, com expansão próxima a 4%. A indústria mostra uma melhora, mas ainda não decolou como se esperava.
O problema é o apagão na agenda econômica. Apesar de uma longa lista de projetos prioritários como o de agências reguladoras, Eletrobras e cadastro positivo de crédito, nada anda. O Congresso está inoperante, o Judiciário hiperativo e o Executivo manco.
A produção industrial recuou 0,1% em março relativamente a fevereiro. Porém, na comparação com março do ano passado, a indústria brasileira registrou crescimento de 1,3%. É a décima-primeira taxa positiva consecutiva nesta base de comparação.
O acumulado do primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, teve um crescimento de 3,1%. O setor industrial continua em recuperação, mas a taxas decrescentes. No quarto trimestre de 2017 a expansão havia sido de 4,9%.
Os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital, que mais sofreram durante a crise, puxaram a indústria em 2017 e continuam sendo o motor em 2018, crescendo 2,7% e 1,6%, respectivamente, ante o quarto trimestre de 2017.
A expansão de bens de capital, somada à maior importação de bens de capital, poderiam sugerir um sinal de retomada de investimentos. Isso seria fundamental para dar consistência à recuperação, mas é cedo para comemorar.
A perda de fôlego da indústria se deve, em grande parte, ao recuo na produção de bens intermediários, tanto na comparação com fevereiro (-0,7%) quanto no confronto com março de 2017 (-0,2%).
Os bens intermediários correspondem a cerca de 60% da indústria nacional e incluem as matérias-primas da própria indústria, com destaque para commodities como minério de ferro e petróleo.
Nessas circunstâncias, é difícil imaginar uma forte recuperação do investimento. Já passou a hora de formular um programa mínimo de caráter suprapartidário em defesa da economia e do emprego. É bom arrumar o barco antes da próxima tempestade da economia internacional.
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