A recuperação está lenta, quase parando
A prévia do PIB, divulgada pelo Banco Central, confirmou que a atual recuperação continua modesta. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), caiu 0,74% em março relativamente ao mês anterior, confirmando aquilo que era esperado.
Relativamente a março do ano passado, houve uma queda de 0,66%. No primeiro trimestre de 2018, a economia encolheu 0,13% comparativamente aos últimos três meses do ano passado.
A incerteza é uma pedra no meio do caminho da recuperação. A insegurança em relação aos rumos da política econômica em um quadro eleitoral indefinido leva as empresas a adiar novos empreendimentos; e, o que é pior, a postergar a contratação de mão de obra.
Por sua vez, os consumidores sentem que a recuperação ainda não pegou para valer e adiam suas decisões de consumo. Mesmo os mais consumistas acabam resistindo a uma bela oferta na vitrine quando não têm certeza se a prestação caberá no seu orçamento daqui a um ano. Especialmente depois da aflição de não conseguir pagar as contas no final do mês e ter o gerente do banco ligando insistentemente para cobrar os débitos atrasados.
Dois fatores que ajudaram a impulsionar a atividade no ano passado estão ausentes em 2018. O primeiro foi a supersafra agrícola que aumentou a renda dos agricultores; o segundo foi a liberação das contas do FGTS, que deu estímulo adicional ao consumo.
A produção industrial ficou no zero a zero no primeiro trimestre relativamente ao último trimestre do ano passado. A perda de fôlego da indústria se deve, em grande parte, ao recuo na produção de bens intermediários, tanto na comparação com fevereiro (-0,7%) quanto no confronto com março de 2017 (-0,2%).
Os serviços recuaram 0,2% em março em relação ao mês anterior. Na comparação com março de 2017, também houve uma queda de 0,8% no setor. No acumulado do ano, a atividade deste segmento caiu 1,5% e em 12 meses, a retração foi de 2%.
O crescimento do varejo de 6,5% relativamente a março de 2017 não foi suficiente para compensar o fraco desempenho da indústria e de serviços.
Os números decepcionantes da recuperação estão associados às incertezas externas e domésticas. Como o Brasil não pode mudar o rumo dos acontecimentos do planeta, resta focar na agenda de medidas econômicas que está parada no Congresso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.