Crise dos combustíveis limita redução do desemprego
O choque da greve dos caminhoneiros impôs perdas diretas e indiretas para a economia, diminuindo a capacidade de geração de empregos. A queda da taxa de desemprego será mais lenta e a recuperação da economia mais demorada.
Com o efeito da paralisação, estima-se uma perda direta de cerca de R$50 bilhões. O problema é que a greve também gera perdas indiretas como queda da confiança e das expectativas, o que traz um efeito negativo sobre serviços, produtos e sobre o mercado de trabalho.
Os dados do IBGE divulgados hoje reforçaram a impressão de melhora gradual do mercado de trabalho. A expectativa é a de recuperação ao longo de 2018, mas em ritmo lento, mantendo a taxa de desemprego em dois dígitos.
O índice de desemprego atingiu 12,9% no trimestre encerrado em abril de 2018, equivalente a 13,4 milhões de pessoas que estão ativamente procurando postos de trabalho sem sucesso. A taxa caiu relativamente ao registrado no trimestre encerrado em março (de 13,1%) e em comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, de fevereiro a abril de 2017 (13,6%).
No primeiro trimestre do ano é normal que o desemprego suba, refletindo as demissões dos temporários que trabalharam nas festas de fim de ano. A partir de abril é que o número tende a cair como de fato está acontecendo, ainda que de forma lenta.
As empresas só vão começar a contratar para valer quando sentirem um mínimo de segurança no vigor da retomada e no cumprimento da lei. O oposto da bagunça generalizada que reinou nos últimos nove dias.
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