PIB confirma retomada lenta da economia
A economia continua em recuperação lenta. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no 1º trimestre de 2018, quinta alta seguida em comparação com os três meses anteriores, segundo dados do IBGE.
O levantamento do Ibre/FGV mostrou que a economia brasileira ainda deve levar onze trimestres, ou quase três anos, para recuperar as perdas da recessão de 2015/16.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2017, o PIB cresceu 1,2% nos primeiros três meses deste ano. Trata-se de uma desaceleração em relação ao quarto trimestre de 2017, que avançou 2,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No acumulado em doze meses, no entanto, o PIB mantém a trajetória de recuperação. Nesta base de comparação, o crescimento foi de 1,3% no 1º trimestre, o segundo após uma sequência de onze resultados negativos.
A agropecuária apresentou o melhor desempenho, com alta de 1,4% na margem. Já a indústria e os serviços mostraram altas bastante tímidas, de apenas 0,1%.
No caso da indústria, destaque para o bom desempenho do setor de produção de serviços industriais de utilidades públicas (2,1%), por outro lado, a construção civil amargou retração de 0,6%, depois de dois trimestres em alta.
Vários fatores explicam a falta de vigor da retomada. Primeiro, os ajustes nas finanças das famílias e empresas. Ao contrário de outras crises, famílias e empresas entraram endividadas na recessão atual. Ou seja, elas primeiros precisam se ajustar para só depois poderem voltar a consumir.
Segundo, a incerteza na área fiscal. Os juros de longo de longo prazo dos títulos do Tesouro brasileiro seguem elevados porque os investidores têm justificadas dúvidas quanto a capacidade de pagamento do Estado.
Terceiro, a elevada ociosidade da indústria, de 25%, inibe novos investimentos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), sinônimo de investimento, cresceu 0,6% no primeiro trimestre, na quarta alta consecutiva. A taxa de investimento ficou 16% do PIB no primeiro trimestre, ainda baixa relativamente àquela que seria necessária para um crescimento mais forte. Estima-se que uma taxa de pelo menos 22% seria condição para o crescimento sustentado.
Se a retomada já era frágil, os prejuízos bilionários provocados pela greve dos caminhoneiros funcionam como um balde de água fria para as expectativas em relação a 2018. E gera uma enorme apreensão para 2019 e além.
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