Pesquisa Datafolha: reformistas ainda não cativam o eleitor
A pesquisa do Datafolha não trouxe algo novo para as expectativas econômicas, mas reforçou aquilo que se temia e que outras pesquisas apontavam: os candidatos com maiores intenções de voto não são reformistas. Isto é, não apoiam reformas necessárias ao ajuste da economia.
Os três primeiros colocados no cenário sem Lula são contrários a pontos cruciais para arrumar a economia. Bolsonaro (19%) apoiou a greve dos caminhoneiros, um desastre para as contas públicas e para o crescimento em 2018. Marina (15%) se manifestou contra o teto dos gastos e a privatização da Eletrobras. Ciro Gomes (11%) é contra a reforma trabalhista, o teto de gastos e privatização da estatal de energia.
Geraldo Alckmin tem uma plataforma reformista, mas continua com um dígito nas intenções de voto (7%). O defensor da atual política econômica, Henrique Meirelles, tem apenas 1%.
Nenhuma das propostas emblemáticas de ajuste da economia atrai 50% das intenções de voto nos candidatos que apoiam tais medidas. A reforma trabalhista é apoiada por candidatos que, somados, tem 41% das intenções; a reforma previdenciária, 36%; o teto de gastos para o Estado, 26%; e a privatização da Eletrobras, 26%.
A consequência é a contínua apreensão sobre o futuro da política econômica, algo que se manifesta na queda da Bolsa e a pressão sobre o preço do dólar. O dólar não vai explodir porque o Banco Central tem bala, mas vai continuar pressionado.
A inflação não vai estourar o teto da meta porque a economia está muito devagar. O problema é o desemprego, que continuará com uma queda excessivamente lenta, diante do drama de quase 14 milhões de desempregados.
A Pesquisa Focus do Banco Central, divulgada hoje, está em linha com esse cenário. A previsão do PIB caiu de 2,18% na semana anterior para 1,94%; e a projeção da inflação subiu para 3,82% contra 3,65% da pesquisa da semana passada.
A conjuntura desfavorável não deveria desanimar. Quem trabalha e empreende no Brasil já se acostumou com a instabilidade e aprendeu a sobreviver em tempos difíceis. As próximas semanas prometem muitas emoções. Ainda mais na economia do que no futebol.
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