Copom acerta nos juros, mas país continua na armadilha do baixo crescimento
Conforme esperado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa de juros do país em 6,5%, em reunião realizada nesta quarta-feira.
Chegou-se a especular um aumento dos juros para conter a disparada do dólar. No entanto, o Banco Central tem deixado claro que a política monetária é separada da política de câmbio e que a Selic não será usada para conter o preço do dólar.
A inflação continua baixa, pelo menos no curto prazo. Mas não dá para aliviar nos juros em um país tão confuso quanto o Brasil. E diante de cenário externo tão incerto. A guerra comercial entre China e Estados Unidos e as expectativas de aumento dos juros nos EUA, constituem os principais motivos de preocupação.
Como isso deve afetar seu bolso? Infelizmente os juros para o tomador final são bem maiores do que os 6,5% da Selic atual. Segundos dados do Banco Central, no chamado mercado livre (sem subsídio), a pessoa física paga 81,2% enquanto que a jurídica encara 62%! Houve queda no período recente, mas é muito pouco diante de taxas tão elevadas.
A redução dos juros do Brasil é essencial para a retomada. gerando mais produção e emprego. Isso porque o menor custo do dinheiro estimula o consumo e o investimento.
A decisão do Copom de manter o juro em 6,5% deve se manter até o fim do Governo Temer. O que vai acontecer a partir daí é mais difícil de prever. Depende do rumo que a política econômica tomar com a próxima administração que, por sua vez, depende das eleições. Neste ponto reside grande parte da incerteza, a mesma que impede que os juros caiam, deixando a economia na armadilha de baixo crescimento.
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