Argentina: torcendo contra no futebol, mas a favor na economia
As expectativas do Brasil estão piorando. Segundo o Relatório Focus, a previsão para o PIB em 2018 está em 1,55%, oitava queda consecutiva, enquanto que para a inflação é de 4%, sexta alta seguida.
As coisas estão ainda piores na Argentina: greve geral, inflação superior a 25% e o dólar cada vez mais caro em pesos argentinos. A gente torce contra a Argentina na Copa, mas a favor na economia. A saúde de muitos setores e regiões do Brasil depende daquele país vizinho.
A paralisação do transporte rodoviário de cargas e as medidas adotadas para solucionar a crise, como o tabelamento do frete, abalaram a economia brasileira. Na Argentina, a atual greve geral atinge os serviços públicos, os postos de gasolina e os bancos, parando o país.
Desde dezembro, o peso argentino perdeu metade de seu valor em dólar. Em comparação, a moeda brasileira se desvalorizou 12% no mesmo período. Sem falar da inflação, que está em 2,7% no Brasil, bem menor do que os quase 27% da Argentina.
A taxa básica de juros no Brasil está em 6,5% contra 40% na Argentina. O rombo nas contas públicas está em torno de 2% no Brasil contra 3,5% do déficit argentino.
Mas a grande diferença reside na situação das contas externas. As reservas internacionais no Brasil são maiores que as da Argentina (17,8% do PIB contra 7,9%). Isso permite que o banco central brasileiro tenha mais munição para evitar uma explosão do preço do dólar em reais, atenuando seus impactos inflacionários.
O déficit em conta corrente argentino é de 5% do PIB contra 0,4% no Brasil. Diante das dificuldades externas, as autoridades argentinas tiveram de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com um pouco de sorte, a Argentina passa às oitavas de final. Vai precisar de muito mais para superar as dificuldades atuais e crescer de forma sustentada. Que tenha toda a sorte do mundo! Na economia.
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