Insegurança jurídica limita queda do desemprego
O choque da greve dos caminhoneiros impôs perdas diretas e indiretas para a economia, diminuindo a capacidade de geração de empregos. A queda da taxa de desemprego tem sido mais lenta e a recuperação mais demorada relativamente a experiências passadas.
A paralisação acarretou uma perda direta estimada de cerca de R$50 bilhões. O problema é que a greve também gera perdas indiretas como queda da confiança e das expectativas, o que traz um efeito negativo sobre serviços, produtos e sobre o mercado de trabalho.
A expectativa é de recuperação lenta ao longo de 2018, mantendo a taxa de desemprego em dois dígitos. O índice de desemprego atingiu 12,7% no trimestre encerrado em maio de 2018, equivalente a 13,2 milhões de pessoas. A taxa caiu relativamente ao registrado no trimestre encerrado em março (de 12,9%) e em comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, de fevereiro a abril de 2017 (13,3%).
Alguns observadores alegam que a reforma trabalhista teria desapontado ao não estimular maior crescimento do emprego. É um engano. Uma reforma profunda nas relações de trabalho não gera efeitos imediatos. Na verdade, já houve resultado quanto à redução do número de ações trabalhistas, mas a decisão de contratação depende de vários outros fatores.
O principal deles está associado à insegurança com relação ao futuro da economia devido às incertezas internas e externas. Sem saber a orientação do governo a ser eleito nas próximas eleições e diante de um cenário externo adverso, as empresas relutam em contratar. Sem a reforma trabalhista, seria muito pior.
As empresas só vão começar a contratar para valer quando sentirem um mínimo de segurança no vigor da retomada e no cumprimento da lei. Lançar dúvidas quanto à legalidade e o futuro da reforma trabalhista na atual conjuntura aumenta a insegurança. É um gol contra o trabalhador.
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